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Candidatos buscam votos com nomes engraçados

Especialista explica que artimanha ainda pode cativar eleitor que renega a política

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
09/11/2020 | 07:00
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Como em toda eleição, candidatos decidiram ir para as urnas ostentando os apelidos considerados pitorescos em vez do nome da certidão de nascimento. Resultado disso é presença considerável de nomes engraçados, estranhos e até bizarros que disputam cadeiras nas câmaras. Especialista em marketing político lembra que artimanha ainda gera resultados na urna.

Um dos que apostam na tática é Silvio Ricardo Pinto (PTB), 50 anos, que utiliza Silvio de o Cara do Game na corrida por vaga no Legislativo de São Bernardo. Com passado ligado totalmente aos videogames, Silvio acredita que poderá se identificar com os atuais gamers, jovens que utilizam os jogos de videogames como profissão. “Sou conhecido assim porque sempre joguei, desde criança. Minha primeira experiência com os jogos eletrônicos foi em 1982, quando meu pai pegou emprestado um aparelho de um amigo meu.”

Conforme o especialista em marketing político Kleber Carrilho, o Brasil tem tradição de apresentar candidatos com nomes engraçados. Parte desses títulos acontece porque o candidato é realmente reconhecido em seu domicílio eleitoral mais até pelo apelido do que pelo próprio nome. “É um fenômeno que acompanha a democracia no País desde sempre, mas esse número tem aumentado. O ápice se deu no início dos anos 2000. Parte do eleitorado tende a não tratar com seriedade o processo eleitoral e essas pessoas conquistam esses votos utilizando nomes engraçados e estranhos.”

Também de São Bernardo, o candidato Toba Aceita Que Dói Menos (Cidadania), alçunha de Custódio da Silveira, revela que carrega o apelido desde a infância. Ainda que o nome faça referência de cunho sexual, explica que não qualquer tipo de relação. “O apelido surgiu, pois muitos amigos não conseguiam falar meu nome na infância. Acabou ficando Toba mesmo. O resto (Aceita Que Dói Menos) é a indignação com a Câmara.”

Funcionária de lotérica em São Caetano, Maria Cristiana (PL) usa Cris Garota da Sorte nas urnas e diz que o apelido pegou já que a clientela a chamava assim quando ela chegava para trabalhar. “Olha lá, já chegou a garota da sorte", relembrou. “Como todos me conhecem assim decidi incorporar o nome e colocar na urna.”




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