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Terreno atrás de condomínio vira lixão

Descarte irregular de resíduos nos fundos de prédio em Santo André preocupa moradores

Por Caroline Garcia
Especial para o Diário
14/05/2012 | 07:00
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Um depósito de lixo clandestino em terreno particular localizado nos fundos do Condomínio New York, na Cidade São Jorge, em Santo André, causa dor de cabeça aos moradores há cerca de dez anos.

Parte do muro que separa o condomínio do terreno já caiu duas vezes pelo acúmulo de lixo. A primeira foi há sete anos e a última, em setembro do ano passado. Desde então, foram colocados maderites para evitar que a sujeira invada ainda mais a área dos prédios.

"Quando caiu a primeira vez, limpamos com retroescavadeira e reconstruímos o muro, mas voltou a encher de lixo. Agora não tem como levantar novamente porque a montanha cresceu e o custo é muito grande", disse o síndico André Luís Rodrigues.

No começo do ano passado, casas foram construídas em cima do lixão. "O barraco foi ampliado recentemente. Vimos o pessoal furando o lixo para colocar as estacas de sustentação", afirmou Rodrigues.

Em setembro de 2010, quando o Diário revelou o problema, a Prefeitura disse que notificaria o proprietário para limpar a área. Em setembro de 2011, em nova reportagem, a administração afirmou que o aviso teria sido refeito, mas a situação do local continuava a mesma.

O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) informou que entre o segundo semestre de 2011 e início de 2012, a Gerência de Controle Ambiental executou duas advertências ambientais e dois autos de infração por aterro de material inerte em Área de Preservação para o lote vizinho ao condomínio.

Segundo o órgão, há também processo de reintegração de posse no Judiciário e Inquérito Policial sobre crime ambiental para o terreno.

A autarquia afirma ainda que, em parceria com a Guarda Civil Municipal e Polícia Militar, organizou operações para demolir construções desabitadas entre setembro de 2011 e março deste ano. "O Semasa vem adotando as ações legais para sanar o problema. O local continua sendo monitorado a fim de flagrar novas irregularidades", destaca.

Buracos são pintados em protesto

Os nove buracos que estão há mais de dois meses num trecho da Rua Josué de Castro, no Jardim Las Palmas, em São Bernardo, são agora acompanhados pela palavra ‘IPTU', pintada pelos moradores para protestar contra o problema.

No início da rua há três buracos. O último, e pior deles, fica no meio da via de duas mãos, na altura do número 112. Nesse está escrito "Cadê nosso inposto (sic)?", e foram jogadas pedras para diminuir a profundidade. Os restantes ficam rentes à calçada.

Segundo moradores, o problema começou em fevereiro, quando a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) abriu os buracos para substituição de rede de abastecimento de água e não nivelou o asfalto. "Agora, a Prefeitura empurra para a Sabesp e vice-versa. E os buracos vão ficando piores. Tem vizinho que não consegue colocar o carro na garagem", disse o técnico em enfermagem Paulo Pereira de Oliveira, 46 anos.

A comerciante Márcia Batista de Souza, 39, contou que um motoqueiro chegou a cair no buraco mais fundo, mas não se machucou. "Outro dia, uma pedra saiu voando quando o ônibus passou e quase atingiu uma criança que estava na calçada."

A Prefeitura informou que a responsabilidade dos reparos é da Sabesp e que "vem fazendo ações em conjunto com a empresa para que os serviços sejam agilizados."

A administração disse ainda que a Rua Josué de Castro está inserida no Rua Nova, programa de recuperação das vias do município.

A Sabesp afirmou ter concluído a substituição de ramais de água no local e, posteriormente, tapado os buracos. Diante da reclamação, fará vistoria no local, mas não informou a data.

Menina é picada por aranha dentro de escola

A falta de manutenção no terreno da EE Waldomiro Guimarães, na Vila João Ramalho, em Santo André, é apontada como motivo do aparecimento de uma aranha que picou uma menina de 7 anos no dia 6.

Letícia e a mãe, a auxiliar administrativa Iara Geralda dos Santos, 32, estavam usando a passagem da escola, que fica aberta à comunidade aos fins de semana, para encurtar o caminho até a rua de trás quando uma aranha grudou no pé da garota e a picou.

"O pé dela inchou e corri imediatamente para o médico. Ela está bem, mas precisa ficar em observação", disse a mãe de Letícia. "Estamos no mês de maio, quase entrando em férias, e até hoje não roçaram o mato da escola. Estou indignada com essa situação. Se tem esse tipo de aranha que picou minha filha, deve existir outras, e até mais perigosas."

Segundo a tia da garota, Mônica Maria dos Santos, 30, o problema do mato piora com o descarte irregular de lixo nos fundos da escola, feito por alguns moradores do bairro.

A Secretaria de Estado da Educação afirmou que o mato será podado até o fim desta semana e que a direção providenciará a dedetização do local.

CUIDADOS
A recomendação do Instituto Butantan, órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde, em casos de picada de aranha é lavar o local atingido com água e sabão e procurar atendimento médico imediato. O telefone para orientação em emergências relacionadas a animais peçonhentos é (11) 3726-7962 e funciona 24 horas.

Comunidade pede revitalização de praça

Melhorias na iluminação, fim do ponto de encontro de usuários de drogas e nivelamento do piso da quadra de esportes são as reivindicações dos frequentadores da Praça das Nações, no Jardim Quatro Marias, em São Bernardo.

"Os usuários começam a chegar na parte da tarde e, apesar de não mexerem com ninguém, muitas vezes as crianças ficam com medo de ir jogar bola ou são proibidas pelos pais", afirmou o aposentado Antônio Guido, 76 anos.

Ele garante que não há falta de policiamento nos arredores. "As rondas passam, o movimento chegou até a diminuir um pouco por causa disso, mas ainda existe, principalmente à noite", disse o aposentado.

A iluminação na quadra de esportes é precária e também faz parte das reivindicações. Só há uma luminária para atender todo o espaço. "Além disso, o cimento está ruim, desnivelado e com rachaduras. É o mesmo desde que a praça foi inaugurada, há cerca de 20 anos", apontou o motorista Vanderley Valério, 46.

A Prefeitura de São Bernardo foi procurada, mas não se manifestou sobre a praça.




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