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Comerciante planeja levar livros para as comunidades

Dona de livraria, Thais Castellano recolhe doações para criar minibibliotecas e fomentar o gosto pela leitura

Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
28/08/2020 | 23:48
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Denis Maciel/DGABC


Dona de uma livraria no bairro Jardim, em Santo André, Thais Castellano, 60 anos, arregaçou as mangas e criou, sozinha, projeto para levar leitura e conhecimento para comunidades carentes da cidade. Ela está recolhendo em seu estabelecimento doações de livros usados e, em troca, concede desconto aos clientes na compra de exemplares novos, cobrando o preço de custo.

Seu projeto surge, inclusive, quando proposta do governo federal sugere o fim da isenção de contribuição para livros. Com isso, as vendas de exemplares no País ficam sujeitas à alíquota prevista de 12% e, consequentemente, o preço dos produtos deve subir, afetando o consumidor.

A ideia de Thais nasceu em um grupo de WhatsApp – que teve início a partir do projeto Vizinhança Solidária – com pessoas do bairro onde mora. Ela viu que havia gente fazendo algo em benefício ao próximo e entendeu que poderia fazer também. “Queria ajudar as pessoas de alguma forma, mas não sabia como. Agora, com esse projeto, vamos fomentar a leitura junto aos que não podem comprar livros e também com os que podem”, explica.

Todos os exemplares que Thais conseguir reunir na sua livraria, a Affonso & Castellano, que fica na Rua das Bandeiras, 416, no bairro Jardim, em Santo André, serão levados para três comunidades carentes em Santo André, como espécie de minibiblioteca. A comerciante já entrou em contato com uma conhecida que fará essa ponte. “Vamos deixar uns caixotes de madeira com os livros, alguém do bairro escolhido será responsável e o morador pega a obra que quiser, lê e depois devolve para que outros possam fazer o mesmo”, diz.

Para que a ideia toda saia do papel, já tem contado com bastante ajuda. Os caixotes, por exemplo, ela ganhou do hortifrúti BLS. O empório Jardim deu as tintas para pintar as caixas e a Postnet fez banners para avisar ao público sobre o projeto. “Tudo está fluindo”, diz Thais, animada.

Assim que tiver livros o suficiente para abastecer os 17 caixotes que ganhou, ela já deve levá-los para as comunidades. Quem se interessar em participar, pode até mesmo escolher o livro que quer comprar por meio do site www.acbooks.com.br.

“Caso a gente não tenha o título desejado em Santo André trazemos da unidade que fica em São Paulo”, explica a comerciante. E se a pessoa quiser apenas doar um exemplar usado para o projeto social, também pode. Vale tudo. Romances, biografias, livros infantis, obras preparatórias para vestibular etc. “Quem lê bastante se comunica melhor. Por um instante dá para viajar no que o livro oferece e absorver aquilo da melhor forma”, diz.

Thais espera que este projeto ajude também as crianças. “Elas podem pegar gosto pela leitura. E quando isso acontece vai até o fim da vida. Se conseguirmos transformar duas, três pessoas, já terá valido a pena e ficaremos felizes”, afirma.

A animação é tanta que a dona da livraria já sonha com mais. “Quem sabe isso tudo ganhe bastante força e se torne permanente”, projeta.  




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