Política Titulo Paliativo
Com piscinão atrasado, Estado projeta canalizar Tamanduateí

Diante de impasse sobre Jaboticabal, Daee inicia plano na região para atenuar risco de enchentes

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
26/08/2020 | 00:12
Compartilhar notícia
Celso Luiz/DGABC


Diante do quadro de atraso no andamento do processo de construção do piscinão Jaboticabal, o governo de São Paulo, gerido por João Doria (PSDB), vai iniciar plano de canalização de parte do Rio Tamanduateí, nas divisas de Santo André, São Caetano e São Paulo. O Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), órgão ligado ao Estado, lançou edital para contratar projeto executivo que vai balizar intervenções paliativas, em trecho de cinco quilômetros, entre a foz do Córrego Oratório à UFABC (Universidade Federal do ABC), com objetivo de reduzir risco de enchentes na região.

O valor estimado com a execução do objeto do certame, na modalidade tomada de preços, é de R$ 2,5 milhões. O plano deve ser finalizado em até oito meses, embora haja cronograma de quase dois anos para tirar o teor do papel a partir da ordem de serviço. A obra em si, por sua vez, trata de substituição das contenções existentes em perfis metálicos e painéis de concreto por estruturas de concreto armado. O volume dos gastos com a efetivação das medidas será mensurado na conclusão do projeto executivo.

Paralelamente, a licitação envolvendo a viabilidade da implementação do Jaboticabal se arrasta. O processo foi aberto em outubro, com previsão de término em fevereiro. Com a pandemia de Covid-19, o Estado passou a estimar na agenda a assinatura do contrato em junho, o que não aconteceu. Agora, o Daee estipula fim de agosto como meta. O projeto custará R$ 315 milhões, sendo R$ 190 milhões em obras e R$ 125 milhões para desapropriações – o equipamento deve ter capacidade para armazenar 900 mil metros cúbicos de água.

Em separado, o Estado também abriu edital para contratar serviços técnicos de engenharia para elaborar projeto executivo de canalização do Córrego Oratório – principal afluente da margem direita do Tamanduateí –, na fronteira de Santo André e a Capital. O plano visa a canalização de 7,5 quilômetros de extensão, da foz junto ao Tamanduateí à divisa de Mauá. Apesar de independentes, o foco da ação final antienchente é semelhante. A quantia estimada do vínculo é de R$ 1,8 milhão, com previsão de execução dos trabalhos em oito meses.

O órgão estadual sustentou que, no caso do Tamanduateí, o trecho em questão sofria constantes escorregamentos de taludes marginais e recebeu, em 2017, estrutura provisória de contenção. “Essas estruturas sofreram danos ao longo do tempo e, face ao elevado número de trechos a serem contemplados com medidas corretivas (...), o Daee optou por executar a canalização definitiva em concreto armado. O projeto deverá incluir também adequação de pontes e passarelas.”

Em relação ao Oratório, o setor alegou que a canalização permitirá aumentar a vazão de 75 mil para 137 mil litros por segundo na foz do córrego. “Assim como no Tamanduateí, o projeto deverá incluir intervenções em pontes que ligam São Paulo e Santo André e representam pontos de estrangulamento na vazão, que facilitam a ocorrência de enchentes.”

Paço desloca recursos à Av.dos Estados

A Prefeitura de Santo André, comandada por Paulo Serra (PSDB), obteve autorização ontem da Câmara, em segunda e definitiva votação, para abrir crédito adicional no valor de R$ 41,3 milhões para destinar principalmente a obras de reestruturação da Avenida dos Estados, em trâmite há quase um mês.

A proposta do Paço, aprovada pelo Legislativo por 16 votos favoráveis contra um, trata da transferência de recursos orçamentários disponíveis no fundo municipal de saneamento ambiental e infraestrutura para uso da Secretaria de Manutenção e Serviços Urbanos.

O montante é parte dos depósitos firmados pela Sabesp (Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo) em contrapartida à concessão dos serviços de água e esgoto, até então geridos pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). Na ocasião do acordo, fechado em julho do ano passado, o governo abriu o fundo para captar aportes da empresa paulista. O acerto previa, entre investimentos e abatimento da dívida, dois repasses na quantia de R$ 45 milhões – já quitados. Esse dinheiro teria limitação de utilização, como em ações de drenagem.

A gestão tucana ratificou que o volume constante no projeto avalizado irá entrar para financiar obras de drenagem e parte do montante será destinado às intervenções que já tiveram início na Avenida dos Estados. “Importante destacar que a concessão do serviço de água e esgoto para a Sabesp, concretizado no ano passado, salvou o Semasa, reduzindo em cerca de 90% a dívida da autarquia.” A Prefeitura aguarda outros R$ 30 milhões do governo do Estado, por meio de convênio, para investir na reforma da via.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;