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USCS testará vacina chinesa em 800 profissionais da saúde

Estudo será iniciado em São Caetano na próxima semana; São Paulo recebeu 20 mil doses da imunização contra a Covid

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
22/07/2020 | 00:01
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Governo do Estado de SP


A USCS (Universidade Municipal de São Caetano) testará a eficácia da vacina chinesa contra a Covid-19 a partir da próxima semana em cerca de 800 voluntários. O imunizador, batizado como CoronaVac e produzido pelo laboratório chinês Sinovac Biotech, sediado em Pequim, chegou na segunda-feira ao Brasil e começou a ser aplicado ontem no Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo).

Presidente do Instituto Butantan – responsável pelo estudo no Estado –, Dimas Covas afirmou ontem, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, na Capital, que embora os testes tenham sido iniciados no HC, os outros 11 centros de estudo – inclusive a USCS – serão ativados em escala progressiva, até o fim da próxima semana. “A expectativa para as duas doses (são aplicadas em duas etapas, em diferença de 14 dias) é terminar de vacinar todo mundo em três meses, ou mesmo até meados de setembro”, previu.

O Estado testará 9.000 voluntários que são profissionais da saúde, que estão na linha de frente no combate ao novo coronavírus e que não tenham tido contato com o vírus. Embora o governo tenha divulgado que o País recebeu 20 mil doses, por protocolo de segurança o Instituto Butantan não informou quantas serão destinadas ao município são-caetanense, porém, a entidade afirma que o montante atenderá o número de voluntários selecionados para o Grande ABC.

Segundo o Instituto Butantan, os voluntários ainda estão sendo selecionados, já que mais de 1 milhão de profissionais da saúde se inscreveram para o estudo. Os escolhidos serão avisados até o fim desta semana para que, na semana que vem, todos os 12 centros de estudos estejam com os testes ativos.
Uma das candidatas que esperam pela resposta é Aline de Fátima Lopes, 34 anos. Embora afirme que não esteja ansiosa para a convocação, a enfermeira garante que pretende ficar imunizada “o quanto antes”. “É uma oportunidade (de estar protegida)”, confirmou. Para ela, se voluntariar é uma forma de ajudar com que o estudo seja mais rápido. “Sem candidatos essa fase da vacina seria impossível”, analisou Aline.

EXPECTATIVA
Reitor da USCS, Leandro Prearo caracterizou o primeiro dia de testes, realizado ontem no HC, como um dia “histórico”. “É uma grande honra e responsabilidade, em breve, estarmos realizando também este processo junto com os outros 11 centros de testagem do País”, comemorou Prearo.

O reitor relembrou ainda que no dia 14 de julho a universidade assinou o termo de colaboração com o Instituto Butantan, e que agora aguarda os próximos passos. “Iremos receber, acredito que ainda esta semana, os materiais necessários para o funcionamento do estudo”, comentou, referindo-se não só às doses, mas equipamentos como geladeiras, por exemplo.

PRIMEIRO DIA
Na manhã de ontem, o governador do Estado, João Doria (PSDB), acompanhou a primeira aplicação da CoronaVac, no HC da USP, que foi o precursor da fase três do estudo que prevê comprovar a eficácia do imunizador. “Ao longo dos próximos três meses, os voluntários serão acompanhados por uma equipe científica, com condução, inclusive, de supervisores internacionais dado ao fato de que essa é uma das mais avançadas vacinas do mundo, que entra na sua terceira fase de testes, já tendo superado as fases um e dois com grande sucesso”, afirmou Doria.  




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