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Pulverização é eficiente contra o coronavírus, mas exige atenção

Diluição e frequência de sanitização são essenciais para garantir eliminação do vírus

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
11/07/2020 | 00:01
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André Henriques/DGABC


Em época de pandemia, toda ação preventiva para combater o novo coronavírus é bem-vinda. No entanto, é preciso desempenhar todas as etapas de prevenção corretamente para evitar a sensação de falsa segurança. Principalmente com a flexibilização do isolamento físico, um método que tem ganhado espaço é a pulverização de ambientes. Para garantir a eficácia, especialistas alertam que é necessário utilizar a diluição correta, além de estabelecer periodicidade de aplicação.

“Vírus e qualquer micro-organismo são bem sensíveis ao cloro, ao álcool e ao sabão, portanto, estes produtos têm a capacidade de os matar e evitar a exposição das pessoas a eles”, assinala Marta Marcondes, bióloga e gestora do curso de Gestão Ambiental da USCS (Universidade Municipal de São Caetano). Assim, a recomendação é que a pulverização seja feita com álcool 70% ou cloro, na proporção de 20% a 30% da solução, ou seja, para cada litro de água, entre 200 e 300 mililitros de cloro.

Ainda que a ação tenha a capacidade de desnaturar, ou seja, matar o coronavírus, o produto não tem ação prolongada. “Passada cerca de uma hora, perde a ação, então, se uma pessoa entrar no ambiente com os sapatos contaminados ou colocar uma caixa contaminada no chão, o ambiente volta a estar infectado”, explica Sérgio Bocalini, biólogo e vice presidente da Aprag (Associação dos Controladores de Vetores e Pragas Urbanas).

No caso de um comércio, por exemplo, o ideal é que a sanitização fosse repetida a cada cliente e, em áreas comuns de prédios, como o hall, pelo menos cinco vezes ao dia. “Em áreas maiores, como o refeitório de uma indústria, vale a pena nebulizar tudo, inclusive mesas e cadeiras, a cada turno de trabalhadores que almoçar”, exemplifica Bocalini.

Em condomínio da Vila Assunção, em Santo André, o síndico Salvatore Corrieri, 85 anos, acordou com a comissão de moradores que todas as áreas comuns – desde serviços, como casa de máquinas, até elevadores e garagem – fossem sanitizadas por empresa especializada, sendo que a segunda etapa foi realizada ontem. “É uma questão preventiva, não é a solução ideal, mas ajuda a evitar que algum morador se contamine”, afirma. No condomínio, nenhum morador foi diagnosticado com a Covid-19.

Para o ambiente doméstico, porém, os especialistas avaliam que não há necessidade da pulverização. Dica é passar um pano com cloro uma vez ao dia, solicitando que as pessoas que entrem em casa limpem os sapatos em pano embebido com água e sabão, cloro ou álcool, ou tapetes sanitizantes e os deixe do lado de fora. Em outras superfícies, como corrimãos, balcões e mesas, pano com álcool, sempre 70%, é suficiente.

Mesmo com o chão e demais superfícies desinfetados, outros cuidados não devem ser esquecidos, tais como lavar as mãos com água e sabão, usar máscara e, quanto às roupas usadas fora de casa, lavar ou deixar diretamente no sol por pelo menos uma hora. “São hábitos simples, mas muito importantes”, destaca Marta.
No caso do condomínio onde Corrieri é síndico, além da sanitização, há álcool gel disponível nas áreas comuns, como entradas e elevadores, cartazes informativos espalhados e a obrigatoriedade de todos os moradores utilizarem máscara ao circular pelo endereço. 




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