Do Diário do Grande ABC
17/08/1999 | 14:41
O presidente Fernando Henrique
Cardoso está abrindo um "espaço perigoso" para a influência do
senador Antônio Carlos Magalhaes e pagando com a elevaçao dos
índices de reprovaçao popular ao seu governo. A avaliaçao foi
feita nesta terça-feira pelo presidente da Federaçao das Indústrias do Rio
Grande do Sul (Fiergs), Francisco Renan Proença, para quem a
coordenaçao política do governo federal é "falha".
"A populaçao entende a situaçao como falta de autoridade do
presidente", disse Proença. Na opiniao dele, Fernando Henrique
fez "muitas concessoes" para negociar com o Congresso a
possibilidade de reeleiçao. "Ele negociou demais; foi um
equívoco", afirmou.
O presidente da Fiergs disse que o empresariado preocupa-se
com a acentuada queda da popularidade de Fernando Henrique,
apurada pelas últimas pesquisas de opiniao. O "clima" político
do País interfere diretamente nos negócios, alterando níveis de
investimentos e consumo, explicou. "É urgentíssimo parar esta
queda", afirmou.
Logo após a abertura da 23ª Reuniao do Programa Gaúcho de
Qualidade, Proença afirmou que o presidente da República deve
assumir o "comando" do governo e utilizar melhor seus
mecanismos de "marketing" para divulgar fatos positivos. "Nao
é o presidente do Congresso (Antônio Carlos Magalhaes) que
deveria anunciar o congelamento da gasolina", exemplificou.
O presidente da Fiergs reconheceu a existência de recessao
interna, mas disse que o quadro "nao é tao ruim como está sendo
pintado" pelos meios de comunicaçao. "Um momento de
questionamento da popularidade do presidente é propício para
notícias ruins", comentou.
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