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Flexibilização da quarentena sem Grande ABC revolta deputados

Parlamentares com base nas sete cidades questionam critério usado por Doria para liberar Capital sem incluir a Região Metropolitana

Por Fábio Martins
Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
29/05/2020 | 00:01
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Banco de dados/Deputado Estadual Thiago Auricchio está indignado com decisão


A decisão do governo do Estado de São Paulo, sob o comando de João Doria (PSDB), de alijar o Grande ABC do plano de reabertura gradual do comércio na primeira quinzena de junho revoltou não só os prefeitos das sete cidades, como os deputados com base eleitoral na região.

Os parlamentares alegam falta de diálogo por parte do Palácio dos Bandeirantes com os municípios e questionam os critérios que incluíram a Capital na flexibilização, que prevê a retomada econômica ainda durante a pandemia de Covid-19.

O discurso quase unânime é o de que, utilizando a mesma metodologia que colocou o território paulistano em condições favoráveis ao afrouxamento da quarentena a partir do dia 1º, como a disponibilidade local de leitos hospitalares, o Grande ABC também deveria ser incluído no patamar, de liberação. Outra questão apontada pelos parlamentares ouvidos pelo Diário é a proximidade da região com a Capital – cinco das sete cidades fazem divisa com São Paulo.

“Foi decisão política e contraditória. Não faz sentido, até porque a Capital possui menos dados positivos do que o Grande ABC. Então, não tem justificativa lógica. É falta de respeito com a região, passível de medida jurídica para equiparação de tratamento”, defendeu o deputado federal Alex Manente (Cidadania), de São Bernardo.

A deputada estadual Carla Morando (PSDB), primeira-dama de São Bernardo, também protestou e adiantou que está “em tratativas com o Palácio dos Bandeirantes para que o Grande ABC seja incluído” nessa etapa de flexibilização. “A região tem números expressivos de leitos de UTI e de enfermaria para Covid-19 e nós temos totais condições de fazer a retomada econômica. Com cuidado, claro. Não tem por que a gente manter o nosso comércio fechado sendo que o vizinho ao lado mantém as portas abertas”, avaliou a parlamentar, que é líder do partido de Doria na Assembleia.

O deputado Luiz Fernando Teixeira (PT), também de São Bernardo, criticou a inclusão da Capital na retomada da fase inicial. “Está na cara que é acordo eleitoral, atitude covarde diante de panorama crítico e de crise gerada pela pandemia, e não da quarentena. Falou-se em lockdown na semana passada. Agora, flexibilizam São Paulo, ainda epicentro da pandemia. Se a ciência prevalecesse, tanto a Capital quanto o Grande ABC continuariam na faixa vermelha”, frisou. “A maioria dos municípios do Grande ABC apresentou números positivos. Fica muito ruim englobar a região no contexto da Grande São Paulo e tirar a Capital”, destacou Márcio da Farmácia (Podemos), de Diadema.

“O governador deveria ter chamado os prefeitos da Grande São Paulo e do Grande ABC (para debater sobre a flexibilização). As cidades são conurbadas, não tem sentido liberar a Capital e deixar de fora as cidades periféricas”, pontuou Coronel Nishikawa (PSL).

Coordenador da Frente Parlamentar do Grande ABC, o deputado Thiago Auricchio (PL) protocolou ofício junto ao Estado solicitando a revisão da decisão. “Recebi o plano com muita indignação, acredito que foi medida equivocada. Nossos indicadores são mais favoráveis do que a Capital. Se São Paulo pode estar na Fase 2, defendo que a nossa região também possa estar.” 




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