O movimento foi fundado durante manifestaçoes estudantis em Belgrado contra a nova lei universitária do Parlamento sérvio, julgada repressora. Depois dos primeiros protestos, vários jovens ativistas resolveram tornar mais ampla a proposta do grupo, que ganhou adesoes em toda Sérvia e tem hoje cerca de 50 mil partidários.

Segundo eles, a situaçao do país é ``catastrófica' devido ao domínio do último ditador da Europa.

O Otpor insiste em nao ter uma hierarquia bem definida - nao tem líder nem aderiu a nenhum dos aproximadamente 200 partidos políticos existentes na República Federal da Iugoslávia. Seu símbolo, um punho cerrado em preto e branco, representa o ``valor pessoal' dos iugoslavos e figura na bandeira negra na sua sede em Belgrado. O movimento nunca pôde se registrar oficialmente porque as autoridades o consideram uma formaçao ``fascista e terrorista', ligada à Organizaçao do Tratado Atlântico Norte (Otan).

Seus membros sao vítimas de detençoes e desentendimentos com policiais freqüentemente. As visitas da polícia aos seus locais de reuniao se multiplicaram a medida que a data das eleiçoes presidenciais e legislativas se aproxima e as campanhas políticas se intensificaram. Nao é à toa que o lema do movimento juvenil é ``Está terminado, referindo-se ao regime de Milosevic.

Mais de 600 ativistas do Otpor foram detidos ``por atentado contra a ordem pública', desde o início do ano na Sérvia. Muitos deles foram libertados logo depois de serem interrogados.

Três militantes do Otpor foram condenados em Belgrado a 50 dias de prisao por perturbaçao da ordem pública ao pintar os muros da capital. Apesar disso, a perseguiçao nao parece esmorecer a combatividade dos jovens militantes do Otpor, que recebem apoio principalmente dos intelectuais e artistas.