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Veterano volta às novelas em ‘Prova de Amor’
Por Da TV Press
05/04/2006 | 08:44
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Já se passaram 15 anos desde que Rogério Fróes deu vida ao personagem Gavião, de Araponga. Depois dele, o ator mineiro mergulhou de cabeça em sua paixão pelo teatro. Atuou em diversos espetáculos, produziu e assinou a direção de quatro peças, duas delas infantis. “Com a vida teatral tão movimentada, não podia me comprometer com novelas”, lamenta. No final do ano passado, retornou à teledramaturgia como o solitário Velho Gui, de Prova de Amor, da Record. Agora, Rogério comemora o crescimento de seu papel, que nas últimas semanas passou por uma complexa fase de revelações.

Misterioso e com muito jeito com criança, o Velho Gui descobre que tem três filhas e – num desses acasos que só acontecem em novelas – seus netos desconhecidos acabam parando dentro de sua casa, sob seus cuidados. “Fiquei surpreso. Achava que o Velho Gui era pai da Elza, mas achei excelente que ele seja pai da Joana, da Clarice e da Janice”, conta o ator, que contabiliza 54 anos de carreira. Para Rogério, o estímulo na hora de decidir deixar o teatro e fazer a novela foi o investimento da Record no novo pólo de teledramaturgia. “Vai dar chance para muita gente. A quebra desse monopólio movimenta o mercado”, comemora.

PERGUNTA: Por que você ficou esses 15 anos sem fazer novelas?
ROGÉRIO FRÓES: Eu nunca tive coragem de largar uma peça no meio. Durante os intervalos das temporadas, fiz pequenas participações em Senhora do Destino e Começar de Novo, mas sempre fiquei ocupado com o teatro, que aliás, é no que a minha carreira sempre foi pautada. Viajei bastante pelo Brasil com as peças A Pulga Atrás da Orelha e As Pequenas Raposas. Isso me afastou da TV. Agora, estou feliz por ter voltado e por estar com essa nova geração na Record. A teledramaturgia é um desafio para a emissora. E acho fantástica essa nova abertura do mercado. A concorrência estimula.

PERGUNTA: O que mais atraiu no personagem?
FRÓES: O Velho Gui foi um personagem importante na época da A Pequena Grande Órfã. Estou feliz em poder dar-lhe vida novamente. Além disso, é uma novela do Tiago, garoto que eu conheço desde pequeno. É um prazer trabalhar com ele novamente, pois já trabalhamos juntos no teatro há muitos anos. O Tiago devia ter uns dez anos de idade quando fizemos uma peça.

PERGUNTA: Você acha que a Record tem uma postura artística diferente, por ter trazido muitos atores do teatro?
FRÓES: Acho essa postura da emissora muito produtiva. Misturar gerações é bom em todos os sentidos. Isso proporciona juntar a experiência de artistas veteranos como eu, com o entusiasmo dos jovens atores. Sem isso, acho que o trabalho desandava.

PERGUNTA: É difícil compor um personagem misterioso como o Velho Gui?
FRÓES: Para um ator definir um personagem de novela, tem de fazer uma espécie de arquétipo. Hoje, o Velho Gui está alegre, então você faz uma cena alegre. Amanhã, ele está triste. Você não tem, como no teatro, um princípio, meio e fim para conduzi-lo. Na novela tudo pode acontecer. O próprio ator tem surpresas quando lê o capítulo. Tem de fazer uma base para o personagem, criá-lo com um certo jeito, uma maneira de ser, mas sempre deixando portas abertas, inclusive para o caso de acontecer uma reviravolta. Tudo pode motivar um homem como o Velho Gui. Ele pode ser motivado tanto pelo amor como pela morte.

PERGUNTA: O que você acha mais forte na trama do Tiago Santiago?
FRÓES: Essa coisa das crianças seqüestradas. A maioria das pessoas não tem a menor noção da quantidade de crianças seqüestradas que nós temos hoje no Brasil. E onde vão parar essas crianças? Será que algum dia elas voltarão a ver suas mães? Essa realidade é muito grave! O Governo precisa atentar para isso. Hoje temos também o roubo de crianças para a retirada os órgãos, a venda de meninos e meninas para estrangeiros que querem adotar.




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