A poucos dias do anúncio da empresa campeã da licitação para fabricar os 36 caças da FAB (Força Aérea Brasileira), o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC formalizou ontem apoio ao projeto Gripen NG, encabeçado pela sueca Saab, que disputa com a francesa Dassault e a norte-americana Boeing, o fornecimento das aeronaves. Se a Saab vencer, serão criados 28 mil empregos no País, estima o sindicato, juntamente com CNM-CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores) e a IF Metall (sindicato dos trabalhadores metalúrgicos da Suécia).

"Serão 22 mil empregos indiretos e 6.000 diretos, sendo que 1.200 deles gerados no Grande ABC", ressalta Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos.

Há duas semanas, a Saab e o Grupo Inbrafultro, de Mauá, anunciaram a construção de fábrica em São Bernardo. Caso a multinacional sueca abocanhe o contrato, o investimento será de US$ 140 milhões, se ocorrer o contrário, o valor será reduzido para US$ 45 milhões, isso porque a Inbra já produz peças para os suecos.

ACORDO - Segundo envolvidos na negociação, a preferência do governo é para as aeronaves francesas, principalmente devido às relações comerciais. De acordo com Nobre, além da política internacional também é preciso considerar as relações de trabalho. "A Saab diz que vai aderir ao acordo marco global, disponibilizando as mesmas condições de trabalho dos funcionários da Suécia", diz.

O secretário de Desenvolvimento Econômico de São Bernardo, Jefferson da Conceição, pontua ainda que as concorrentes Dassault e Boeing não divulgaram muitos detalhes de seus projetos. "A conquista do contrato trará terceira onda de desenvolvimento à região, depois das ferrovias e montadoras", avalia.

Para atender ao setor de tecnologia no Grande ABC, poderão ser criados convênios com instituições de ensino, iniciativa privada e governo.