A cada ano o trabalho é duro, tanto por parte dos professores quanto dos alunos. Notas, harmonias, partituras, ritmos, estrofes, oitavas, escalas e toda uma infinidade de detalhes que fazem parte do universo da música. Tudo se passa aqui na região, na Escola Municipal de Música Alfredo Della Ricca, em Ribeirão Pires (Praça Ramos de Azevedo, 12).

E quem quiser apreciar o trabalho realizado no local tem chance hoje. O coral infantil, coro adulto e Orquestra Sinfônica da Escola Municipal de Música, sob regência de Gesiel Vilarúbia e Diego Muniz, apresentam, às 20h, o concerto Encantos de Natal, no Palco Central da Vila do Doce (Rua Boa Vista). A entrada é gratuita.

O espaço, mantido pela Prefeitura de Ribeirão Pires, por meio da Secretaria de Cultura – não há cobrança de mensalidade –, conta com 900 alunos e vários cursos formativos. Demétrio Montealegre, diretor da escola e gerente de Cultura de Ribeirão Pires, explica que há opções de formação para violoncelo, violino e canto lírico, por exemplo. “Para piano são nove anos de estudo. Tem de praticar em casa também”, diz. E as oportunidades são para moradores de toda a região. As inscrições para seleção começam dia 7.

Além das formações, que contam com processo seletivo e banca semestral – a de piano é feita com sete professores –, há oficinas para o público em geral. Essas não precisam passar por seleção. “Esses cursos são livres. Tem musicalização infantil, educação musical, prática coral”, enumera Montealegre.

Ele explica que mesmo que os jovens não sigam caminho profissional na música, o aprendizado que podem ter no espaço é importante. “São 600 crianças para musicalização infantil. O que elas aprendem aqui trabalha o raciocínio, ajuda no desempenho escolar, educa, ensina a respeitar”, afirma.

Gustavo Prates, 17 anos, de Rio Grande da Serra, é exemplo de quem foi fisgado pela vida artística. Entrou para a escola aos 10 e não parou mais. “Eu e minha irmã já estudávamos música na igreja. Um dia um amigo dos meus pais disse da escola de música e falou para matricular minha irmã. Logo também despertei interesse e no ano seguinte meus pais me matricularam”, conta.

O violinista foi preparado para ingressar na Escola Municipal de Música de São Paulo e o fez, aos 13, quando se despediu de Ribeirão Pires.

A partir de então as portas se abriram. Passou em vários concursos, como o da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo. Neste ano conseguiu mais. “Fui aprovado na Academia de Música da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo”, diz ele, que participará hoje do concerto. “A música me transformou totalmente. Desde o início ela estimula o desenvolvimento de responsabilidade e determinação. Então, acredito que amadurecemos rápido, pois sempre tínhamos que lidar com prazos e qualidade”, encerra.