Uma ossada humana foi encontrada anteontem à tarde perto da margem da represa Billings na rodovia Índio Tibiriçá, no bairro Jardim da Paz, em Ribeirão Pires. Há indícios que os ossos tenham sido usados em um ritual satânico, segundo a polícia.

Os ossos foram achados por pescadores no altura do Km 43 da rodovia. Eles estavam indo pescar na represa quando se surpreenderam com os ossos espalhados sobre pedras, em forma de um círculo.

Em uma avaliação preliminar realizada por peritos do IC (Instituto de Criminalística) de Santo André, alguns ossos foram identificados, como crânio, fêmur, tíbia e costela. Entretanto, será preciso a conclusão de um laudo feito pelo IML (Instituto Médico Legal) para ratificar os tipos de ossos encontrados, bem como a identificação do cadáver.

Perto dos ossos, os pescadores também acharam algumas conchas e objetos semelhantes aos utilizados no jogo de búzios. Foram encontradas também peças de roupa: um shorts azul e uma camiseta branca. Tudo estava disposto em uma forma circular. O círculo é uma figura geométrica bastante utilizada por rituais de magia negra. Geralmente, o objetivo pretendido é acionar espíritos demoníacos.

Depois de acharem os ossos, os pescadores telefonaram para a polícia. Além dos peritos, compareceram ao local policiais da delegacia do município. “Nunca tinha presenciado nada parecido. Fiquei muito surpreso com o que vi. A sensação de que havia sido feito algum ritual foi muito grande”, afirmou o delegado Francisco Wenceslau, que participou do caso.

Os ossos foram levados para exame no IML. Os laudos de identificação devem ficar prontos em um mês. A delegacia de Ribeirão Pires instaurou um inquérito de vilipêndio de cadáver para a apuração do caso. O crime prevê pena de um a três anos de prisão.

 “A hipótese de ritual é a mais forte no momento. Entretanto, não descartamos ainda nenhuma possibilidade. Talvez os ossos sejam de várias pessoas. Precisamos esperar os laudos. Pode ser que algum túmulo da região tenha sido violado para a obtenção dos ossos, mas não recebemos ainda nenhuma reclamação a respeito”, disse o delegado-titular de Ribeirão, Augusto Farias.