Política Titulo Eleições 2018
PCdoB encaminha elo com PT, descarta vice e mira Senado

Orlando Silva admite, ao Diário, que tendência é confirmar apoio à candidatura de Marinho, e estuda alternativas para compor chapa

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
28/07/2018 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


O PCdoB conduziu, no âmbito estadual, acordo para apoiar a candidatura do PT ao governo de São Paulo, encabeçada pelo ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho. O encaminhamento, que será sacramentado amanhã na convenção partidária comunista, foi sinalizado ontem pelo presidente paulista da legenda, deputado federal Orlando Silva, em visita à sede do Diário. “Há tendência crescente a compor com Marinho”. A proposta de integrar projeto ao lado do petismo, segundo o dirigente, seria devido à “necessidade de candidatura que dê mais nitidez à alternância de poder no Estado”.

O tucanato venceu seis eleições estaduais consecutivas. Atualmente, o Executivo é gerido por Márcio França (PSB), alçado ao comando após a renúncia do então governador Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato à Presidência. Orlando ponderou que o PCdoB chegou a construir caminho num primeiro momento com França, no entanto, houve certo distanciamento político. “A impressão que ficamos é que ele (França) corre risco de tentar posição de centro e ficar espremido entre João Doria (PSDB) e Paulo Skaf (MDB). Ele ainda tenta flertar com parte da experiência tucana”, disse.

Orlando defendeu que há relação política com Marinho desde a época da CUT (Central Única dos Trabalhadores), quando o petista ainda era dirigente sindical, elo que se estendeu, posteriormente, para o ministério do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – a ala comunista tem longa trajetória de aliança com o petismo. E admitiu que, durante as negociações, o PT ofereceu a vaga de vice. Escolher companheiro de chapa de Eduardo Suplicy (PT) no Senado, contudo, atrai mais o PCdoB – a outra vaga está preenchida hoje por Jilmar Tatto (PT). “Falamos para o Marinho que não temos alternativas para indicar para vice e, se confirmar, adesão à candidatura a tendência é que ofereçamos nome para disputar vaga ao Senado.”

O comunista evitou citar nomes de possíveis indicados para o posto. “Como são duas, três opções prefiro não falar no momento para não melindrar, mas, seguramente, será liderança do movimento social”, alegou Orlando, ao lado do ex-deputado Vanderlei Siraque (PCdoB), que concorrerá a cadeira na Assembleia. Frisou que Siraque, que militou toda sua carreira política no PT, foi influência para fechar elo. “Se essa coligação sair, e defendo que aconteça, tenho excelente relação com o Marinho. Acho mais confortável, embora tenho boa relação com o Márcio França”, pontuou Siraque. O plano do PCdoB é fazer três cadeiras no Parlamento paulista.

No campo nacional, o PCdoB mantém a candidatura de Manuela D’Ávila à Presidência, só que apoio em massa do chamado Centrão para a candidatura de Alckmin pode provocar reviravolta no cenário. “Esse fato deveria ensejar reflexão no campo progressista e nos estimular a rever a tática de fragmentação de várias candidaturas e buscar coalizão em torno de única candidatura. Na semana que vem teremos reunião com presidentes de cinco partidos (PT, PDT, PSB, PCdoB e Psol) e verificar hipótese de unir ainda no primeiro turno. É possível, mas sei que é difícil”, disse Orlando. 

Gordo não será candidato, diz dirigente

Presidente do PCdoB no Estado, o deputado federal Orlando Silva confirmou que o vereador Gordo da Adega (PCdoB), de São Bernardo, está fora da corrida eleitoral. Seu nome era cogitado para concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa.

“O Gordo não será candidato. Ele foi e voltou, achou que seria melhor não ser (neste momento). Ele falou de certa indisposição (local). É liderança popular, carismático, da Vila São Pedro, mas creio que ele não deve ser candidato nesta eleição”, ponderou o comunista.

Terceiro mais bem votado na eleição de 2016 em São Bernardo, com 6.335 votos, Gordo vinha construindo sua candidatura com aval do partido. Porém, a sinalização, no começo do ano, de que a primeira-dama de São Bernardo, Carla Morando (PSDB), poderia buscar vaga na Assembleia fez os planos do vereador mudar. Gordo da Adega faz parte da bancada de sustentação de Morando na Câmara. E, com a confirmação da pré-candidatura de Carla, as chances do comunista ficaram bastante restritas.

Ao Diário, Gordo declarou que ninguém do governo havia falado com ele a respeito de projeto eleitoral. Nos bastidores, mandou sinais de insatisfação para o Paço. Primeiro ao não aparecer em almoço promovido pela base de sustentação, na quarta-feira, no qual vereadores endossaram pedido para que Carla fosse candidata. Depois, o comunista se ausentou do ato que confirmou o projeto eleitoral da tucana.
(Colaborou Daniel Tossato)




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