Há alguns anos o YouTube virou uma das plataformas de compartilhamento de vídeos mais vistas no mundo. De lá, saem, a todo momento, nomes que estão influenciando o mercado e até o comportamento das novas gerações. Por ser gratuita e absolutamente democrática, a ferramenta é como coração de mãe: acolhe a todos. Porém, sobrevivem só os que sabem fazer os canais de forma profissional.

O site vem chamando tanto a atenção que o Ministério da Cultura abriu o primeiro edital destinado a conteúdo para o YouTube. Nessa leva, alguns projetos se sobressaíram e o de Luis Fernando Rodrigues, 26 anos, foi um deles. Na quinta-feira, o produtor cultural de São Bernardo estreia, com muito orgulho, o canal Sessão Popular, com conteúdo sobre o teatro musical.

“Vi que era um edital interessante, porque exigia as culturas de atuação e produção. Fiz curso de lei de incentivo, participei de vários editais, mas não achei que conseguiria ser escolhido. É mais difícil do que vestibular de Medicina”, compara Rodrigues, formado em Marketing pela Universidade Metodista. Acostumado com as redes sociais, esta é a primeira vez que ele também será o apresentador do seu próprio programa. “Sempre fiz para as empresas, para os outros.”

O produtor aposta que o item acessibilidade fez a diferença no processo. “Todos os episódios do canal vão contar com um intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) ou legendas especiais.” O morador de São Bernardo quis que fosse assim porque, segundo ele, ainda é muito difícil encontrar produções acessíveis (com legenda, tradução) no Brasil. “Vez ou outra abrem apenas uma cota de apresentação em toda a temporada. Há muito a ser comentado sobre isso.”

Além de abordar o tema, Sessão Popular vai contar tudo sobre o mercado dos musicais, entrevistar nomes importantes da área e comentar sobre as montagens em cartaz. A produção tem participação de outro artista da região, Guilherme Gila, 20. Serão programas semanais, que serão exibidos de abril até novembro. A atração foi dividida em quatro grandes quadros, com entrevistas, comentários, performances, análises e bastidores.

“É tanto musical em cartaz que fica difícil escolher, estamos estudando fazer mais programas. É realmente uma área lucrativa, que movimenta”, analisa Rodrigues, que vive o tema musical desde sempre. “Trabalho com teatro desde os 14 anos e, algum tempo depois, conheci o gênero musical (época em que produziu Godspell). É muito encantador”, finaliza.