Não ter ido à 4ª Conferência Municipal de Cultura de São Caetano, no dia 17, e sem aviso prévio, tem causado problemas ao secretário da Pasta e presidente do conselho da área na cidade, João Manoel da Costa Neto (PSDB). Ele alegou motivos de saúde, embora as informações dão conta de que ele teria ido a um cruzeiro com a diretora da Fundação das Artes, Ana Paula Demambro.

Fato é que agora os artistas da cidade pedem sua saída e também de Ana Paula. O Conselho Municipal de Cultura agendou reunião extraordinária para cobrar do secretário os motivos de sua ausência na conferência. O evento aconteceu ontem, por volta das 19h40, no prédio da Câmara dos Vereadores. Questionado por integrantes do conselho sobre sua falta na conferência, o secretário gastou pouco mais de 40 minutos para não responder ao questionamento.

“Entendo que é meu dever estar presente, estou aqui para justificar minha ausência”, disse. No entanto, quando teve oportunidade, não revelou a verdadeira razão de sua falta, apenas que foi por motivos particulares, apesar de a reunião ter sido convocada para esse esclarecimento. O Diário pediu, por meio da assessoria de imprensa, para falar com João Manoel, durante a reunião, mas ele se recusou.

O secretário aproveitou a oportunidade para dizer que a imprensa tem dado espaço para essa questão (de sua falta à conferência), mas que na hora de divulgar o evento não o fez. No entanto, o Diário publicou informações a respeito na capa deste caderno Cultura&Lazer no dia 12.

O evento de ontem reuniu cerca de 50 pessoas, entre integrantes do conselho e da sociedade civil. O corpo docente da Fundação das Artes enviou carta em que afirma não ter sido avisado da conferência. Houve outra, dos artistas da cidade, que repudiou várias ações da Pasta, como gastar R$ 70 mil em reforma de calçada da Fundação das Artes enquanto locais como o Teatro Paulo Machado de Carvalho estão em estado de calamidade.

A carta pede ainda a substituição do secretário e de Ana Paula Demambro. Uma outra, do conselho, demonstra descontentamento com a atual gestão de Cultura. Os artistas pedem que as cartas sejam encaminhadas ao prefeito José Auricchio Júnior (PSDB), ao presidente da Câmara, Pio Mielo (PMDB), e ao líder do governo no Legislativo, Tite Campanella (PPS).

Entre os indignados estava Gabrielle Maffei, aluna da Fundação. Ela disse que não aceitaria desculpa sobre a ausência do secretário na conferência e que, se para ele era ‘problema’ estar em cruzeiro – já que ele alegou sua falta por problemas particulares –, ela queria ter problemas todo dia.