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Velho Chico e o mar
Cristiane Bomfim
Enviada a Maceió
30/04/2009 | 07:00
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Cristiane Bomfim/DGABC


Mesmo depois de percorrer 2.700 quilômetros e atravessar cinco estados brasileiros, o Rio São Francisco desemboca imponente no mar, na divisa dos estados de Alagoas e Sergipe. A última cidade alagoana banhada pelo velho Chico tem 20 mil habitantes, o nome indígena de Piaçabuçu - com dois ‘ç' mesmo - que significa palmeira grande e o privilégio de ser um cartão-postal que ainda está sendo descoberto pelos brasileiros.

Com ar de vila, Piaçabuçu esbanja tranquilidade. O rio é margeado por casinhas coloridas e as famosas "lavadeiras do São Francisco" com suas bacias de alumínio que batem papo descompromissados enquanto enxaguam as roupas na correnteza de águas verdes. A cidade está localizada no litoral Sul do Estado e fica 135 quilômetros distante de Maceió. O acesso, feito pela rodovia AL-101, é repleto de paisagens e coqueiros que, junto com a pescaria e o turismo, é a base da economia na região.

Próximo a foz, o São Francisco chega a ter dois quilômetros de extensão. A profundidade varia entre oito e nove metros, mas pode chegar a 15 metros em períodos de chuva. A vegetação é exuberante, apesar de já apresentar sinais do desmatamento. Durante a navegação de 13 quilômetros entre o centro da cidade e a desembocadura é possível encontrar bancos de areia formados pelo assoreamento das margens. O mar também já está invadindo-o. "Já avançou cinco quilômetros para dentro do rio. Dá para perceber a salinidade da água", conta a guia Cintia da Costa, 21 anos. Para os turistas, a água é doce e limpa.

E quando o rio já se despede, mais uma surpresa: a praia do Pontal do Peba. Com 21 quilômetros de extensão, é a maior do Estado. Não bastasse, possui formações de dunas móveis, águas calmas e mornas. As areias quentes da praia são habitadas por coqueiros e artesãos que vendem de rendas a cocadas. "E não é qualquer cocada, não. É a melhor de todo o Alagoas", garante a guia turística.

Mas o que chama atenção mesmo é o ritual em que se transformou a venda da imagem de São Francisco, que dá nome ao rio. Após a compra, o visitante é aconselhado a batizar o santo nas águas do rio. "Molhe a imagem, faça três agradecimentos e um pedido. Tem de batizar porque não existe Santo pagão", explica dona Maria, que mora em Piaçabuçu desde que nasceu e trabalha há 40 com artesanato, especialmente as imagens feitas do outro lado do rio, em Sergipe.

A Foz do São Francisco e a praia do Pontal do Peba são protegidas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Por isso, a permanência de visitantes é permitida por no máximo duas horas. O passeio geralmente é realizado por agências de turismo pelo preço médio de R$ 35, que inclui o almoço e as informações do guia turístico. As saídas são de Maceió.

A jornalista viajou a convite da Turismo & Negócios e da TAM




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