Carta fora do baralho na montagem do primeiro escalão do futuro governo de Lauro Michels (PV) em Diadema, o ex-prefeito e atual vereador José Augusto da Silva Ramos (PSDB) defendeu o trabalho realizado à frente da Secretaria de Saúde e manifestou vontade de continuar no departamento a partir de janeiro. Ele ficou como gestor da área entre 2013 e abril deste ano, trabalho criticado até por governistas.

O tucano não conseguiu renovar seu mandato ao Legislativo. Mais lembrado no pleito de 2012, com votação recorde de 7.254 sufrágios, o ex-prefeito puxou a lista de derrocada do tucanato na cidade ao despencar para 2.420 votos, resultado que o deixou na condição de primeiro suplente da coligação entre PSDB, PV e PCdoB.

O fracasso eleitoral tem sido classificado como preponderante pela retirada definitiva do tucano no primeiro escalão. Já comenta-se que o vice-prefeito eleito, Márcio da Farmácia (PV), pode virar secretário de Saúde.

“Fiz o que estava ao meu alcance, fortalecendo as UBSs (Unidades Básica de Saúde). A condição em que encontramos a Saúde em 2013 era terrível. Tem muito a fazer e vejo que a continuidade seria importante, mas isso é uma decisão do prefeito. Não sou eu quem tenho de falar alguma coisa”, disse.

Logo após a vitória nas urnas, Lauro confirmou que pretende modificar quadro de auxiliares diretos, citando que a tendência é pela composição com profissionais mais técnicos ou aliados mais próximos.

Ao assumir o setor, em janeiro de 2013, Zé Augusto se desentendeu com muitos médicos da rede pública. Cerca de 100 profissionais pediram demissões ou foram demitidos. “Nosso trabalho poderia ter sido muito melhor. Não deu para fazer mais por conta de dívida de mais de R$ 2 bilhões que foi deixada aqui por outros prefeitos. E a gestão precisa de mais fôlego financeiro para melhorar o salário dos médicos”, acrescentou o tucano.

Durante gestão, a Saúde seguiu sendo alvo de contestação por parte da população, de oposicionistas e até governistas. Vereadores pediram publicamente a exoneração de Zé Augusto, bancado por Lauro até o fim da gestão

Ainda não se discutiu como será a participação do PSDB no próximo governo. O partido, que comandou os setores de Saúde e Finanças a partir do apoio dado ao verde no segundo turno das eleições passadas, ficou sem representantes no Legislativo ao perder suas duas atuais cadeiras: Zé Augusto e José Dourado fracassaram na urnas. O suplente Atevaldo Leitão exerceu mandato durante três anos e decepcionou em 2016.

EXONERAÇÃO
Secretária de Comunicação de Lauro, Carolina Grana confirmou sua exoneração ao término da gestão, no mês que vem. A titular admitiu que já havia informado ao chefe do Executivo sua decisão em agosto, independentemente do resultado eleitoral de outubro.

“Tenho outros projetos e previamente adiantei ao prefeito minha intenção de sair ao fim do trabalho realizado durante o mandato e na campanha eleitoral”, disse.

Lauro relatou que deve extinguir a Secretaria de Comunicação, alocando o setor ao seu gabinete e transformando a área em diretoria.

Carol Grana é especulada para trabalhar na gestão de Orlando Morando (PSDB), prefeito eleito de São Bernardo.