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Eletropaulo denuncia propaganda irregular no Grande ABC
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
28/07/2005 | 08:10
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A AES Eletropaulo registrou quarta-feira boletim de ocorrência contra 37 empresas que atuam no Grande ABC por crime ambiental. De acordo com a concessionária de energia elétrica, as empresas colocam anúncios em muros pertencentes à Eletropaulo sem que tenham obtido autorização prévia para exploração dos espaços particulares. O boletim foi registrado como medida preventiva para que o departamento jurídico da Eletropaulo avalie quais medidas legais poderão ser aplicadas contra as empresas.

A denúncia foi levada à Delegacia de Crimes contra o Meio Ambiente de São Bernardo. Os muros utilizados para propaganda clandestina ficam entre as avenidas Winston Churchill e Vivaldi, na Vila Vivaldi, em São Bernardo. Para comprovar a denúncia, representantes da Eletropaulo apresentaram à polícia um relatório fotográfico de outras áreas da cidade, que também estão tomadas pela propaganda irregular.

De acordo com investigadores da Delegacia do Meio Ambiente, São Bernardo tem sido alvo de uma "máfia clandestina de prestadores de serviços de divulgação". O esquema denunciado pela Eletropaulo está presente em quase 100% dos muros dos principais corredores viários da cidade. Em alguns casos, a propaganda também foi colocada em áreas que pertencem à Ecovias, concessionária do sistema Anchieta/Imigrantes.

A polícia informou que vai investigar os procedimentos adotados pelo grupo de prestadores deste tipo de serviço. Investigadores trabalham com a possibilidade de que os espaços são negociados por um grupo que os comercializa a empresas, evidentemente sem o conhecimento do proprietário do imóvel. Provavelmente, o acordo entre prestadores de serviço é de que cada anúncio permaneça intacto por um período de três meses.

Em cada um dos anúncios pode-se encontrar a indicação de uma data - provavelmente a da pintura da propaganda - e uma sigla, que identifica o responsável pelo anúncio. Em outros casos, trechos de muros permanecem limpos, apenas com a indicação de uma sigla, o que permite a "reserva" do espaço.

De acordo com a polícia, o comércio de muros residenciais só deixa de ser irregular se o proprietário der autorização prévia. O Diário questionou a Prefeitura de São Bernardo sobre a existência de lei ou fiscalização, mas a administração informou que vai se pronunciar nesta quinta-feira sobre o assunto.

Caos - Com o registro da denúncia pela Eletropaulo, a polícia deve buscar alternativas para coibir não só os prestadores de serviço que comercializam os espaços, mas também as empresas que os contratam. A investigação também deverá pedir apoio à Prefeitura. Informações extra-oficiais da polícia são de que os espaços utilizados deveriam recolher impostos municipais específicos para a autorização da propaganda.




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