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Muçulmanos iniciam o mês do jejum
Por Camila Brunelli
Do Diário do Grande ABC
02/08/2011 | 07:14
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Ontem, foi o primeiro dia de jejum para os seguidores da religião islâmica. Começou na noite de domingo o Ramadã, nono mês do calendário lunar e período em que o Corão, livro sagrado dos muçulmanos, foi revelado ao profeta Muhammad.

Além de jejuar da alvorada ao pôr do sol, durante o Ramadã os muçulmanos realizam as cinco orações diárias tradicionais voltados à Meca, a terra natal do profeta Maomé (na alvorada, por volta das 12h30, perto das 15h30, ao pôr do sol e, a última, por volta das 19h - o horário pode variar de acordo com as estações do ano, por causa da posição do sol), e mais uma prece logo depois da oração noturna, que não é obrigatória. "Vamos até a mesquita e oramos em conjunto", disse o líder muçulmano no País, sheikh Jihad Hassan Hammadeh. Depois da oração, a intenção é quebrar o jejum, com os companheiros de credo.

Na mesquita, em São Bernardo, ou em uma das cerca de 900 residências muçulmanas da região, o importante é que seja mantido a essência do Ramadã. "As pessoas convidam famílias de amigos ou parentes para irem a suas casas para jantar - com moderação, é bom ressaltar. Não adianta jejuar o dia inteiro e à noite desperdiçar comida, porque é pecado", disse Jihad. E completou, tentando sintetizar: "O espírito do Ramadã é de união, de perdão, solidariedade, de conciliação."

A partir da alvorada do dia seguinte, fica proibido novamente comer ou ingerir qualquer tipo de líquido. Também não é permitido manter relações sexuais durante o dia.

O jejum, conforme explicou o representante da comunidade islâmica no Brasil, é uma espécie de desintoxicação do corpo e fortalecimento do autocontrole. "É a forma de adoração mais sincera, porque é silenciosa. Ninguém sabe quando estamos fazendo jejum ou não."

Ao final do período, há uma festa de comemoração com um banquete em que todos comem juntos, precedida de uma cerimônia religiosa. É como se fosse uma festa de premiação com comida e presentes, no fim de um mês de jejum. Segundo o sheikh, a festa se assemelha com o Natal, na tradição cristã.

Para a pesquisadora de comunidades muçulmanas em São Paulo Francirosy Ferreira, não há mais tanto preconceito e sim desconhecimento sobre a cultura islâmica e, principalmente, sobre o Ramadã. "Na verdade, é muito bonito. É um período de muita solidariedade entre eles, em que fazem muitas doações, também."




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