Aos 42 anos, de barba, com o cabelo na altura dos ombros e um semblante tranqüilo, Leonardo Brício é a personificação perfeita de seu personagem em Luz do Sol, sua segunda novela na Record. Depois de um papel de destaque em Cidadão Brasileiro, trama em que interpretou o angustiado Celso, ele dá vida ao pescador Agenor, uma das figuras centrais do folhetim escrito por Ana Maria Moretzsohn. O ator é um dos nomes que integra o primeiro escalão da emissora, grupo formado por ex-globais como Paloma Duarte e Luiza Thomé. Ciente do bom momento que vive na carreira e de que é importante para o cast da Record, tudo está do jeito que Leonardo gosta. “Na minha idade, não desejo fama, notoriedade. Quero bons papéis e tranqüilidade para pagar as minhas contas”, afirma.

Brício jura que nem para os números do Ibope dá grande importância. “O esmero tem de ser pela qualidade das produções e a Record sabe disso”, defende.

Ele já foi contratado pela Globo por sete anos, mas lembra-se muito bem que sua carreira nem sempre foi tão estável. Ao destacar a incerteza da profissão, o ator confessa que, por diversas vezes, arrependeu-se de escolhas. “Larguei a faculdade de Desenho Industrial e já me peguei pensando que deveria ter terminado para ter uma outra profissão”, diz. Ele afirma que as dificuldades foram grandes. “Meu trabalho me deu minha casa, meu carro, mas nada foi fácil.”

O ator admite que, no Brasil, viver exclusivamente de teatro é uma tarefa complicada. “Senão, só faria isso”. Em relação ao cinema, ele lamenta não fazer parte da panelinha dos poucos que são convidados para filmar no Brasil. Com pouco mais de 20 anos de carreira, só participou de um longa-metragem até hoje, Uma Escola Atrapalhada, de Renato Aragão.