Política Titulo Debandada
Crise institucional faz PT perder 16 prefeitos no Estado

Saída mais significativa foi a de Jorge Lapas, em Osasco; lideranças do Grande ABC acreditam que debandada pouco afetará a região

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
12/04/2016 | 07:00
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Montagem/DGABC


Em sua maior crise institucional, o PT viu 16 prefeitos pedirem desfiliação do partido na janela eleitoral de março. O número representa 22% do total de chefes de Executivo que a legenda emplacou em 2012 – naquela eleição, 73 petistas venceram os pleitos municipais, incluindo três do Grande ABC: Carlos Grana em Santo André, Luiz Marinho em São Bernardo e Donisete Braga em Mauá.

As perdas mais significativas contabilizadas pela cúpula estadual são as de Jorge Lapas, de Osasco, Rafael Agostini, de Jaú, e Juvenil Cirelli, de Salto. Lapas e Juvenil Cirelli migraram para o PDT, enquanto Agostini se filiou no PSB.

Lapas foi indicado em 2012 pelo presidente estadual do PT e ex-prefeito de Osasco, Emidio de Souza. Ele assumiu a campanha em meio a ferrenha disputa interna com o ex-deputado João Paulo Cunha e foi eleito no primeiro turno. O agora pedetista alegou que, além dos problemas políticos do PT, saiu do partido temendo retaliação de João Paulo Cunha, que cumpriu pena pelo Mensalão. Com a decisão de Lapas, a possibilidade mais clara é a de Emidio concorrer ao Paço de Osasco contra seu afilhado político.

Vice-presidente estadual do PT, Rozane Sena, a Zaninha, admitiu que as saídas representam perdas significativas para a sigla, ainda mais nos casos dos prefeitos que buscarão a reeleição em outubro. Ela, porém, minimizou o impacto no Grande ABC. “Acredito que não reflete. Mas é claro que atrapalha os planos.”

Na região, Grana e Donisete partirão para a reeleição. Em segundo mandato, Marinho apostará no secretário de Coordenação Governamental e de Serviços Urbanos, Tarcisio Secoli. No fim do ano passado especulou-se que Donisete poderia sair do PT – cogitou mudança para o PSB ou PTB –, mas logo ele negou que deixaria a legenda pela qual foi vereador e deputado estadual antes de sentar na principal cadeira do Paço de Mauá.

Grana minimizou qualquer impacto na região ao afirmar que “cada um tem situação local e pode explicar suas razões”. Mas ele não deixou de alfinetar os ex-correligionários. “Compete a cada um dos prefeitos ver seu próprio lado e quadro político. Eu continuo acreditando, confiando no PT. É o partido que ajudei a fundar. Só sairia do PT caso fosse também deixar a vida pública.”

LAVA JATO
Sobre a possibilidade de os desdobramentos da Operação Lava Jato atingirem campanhas petistas, Zaninha apontou que há, agora, maior sentimento na população de abusos na condução da ação por parte da PF (Polícia Federal). “Com a overdose de informações negativas houve desânimo da militância. Porém, passamos a ver reações espontâneas de pessoas que veem exageros na Lava Jato. Viram que é para atingir uma pessoa só, uma liderança só, um partido só”, avaliou, em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT. 




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