Política Titulo Vencimentos
Marinho pode elevar sua remuneração a maior do País

Caso a proposta seja aprovada, o salário do
prefeito será superior a de chefes das capitais

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
27/03/2016 | 07:10
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Nario Barbosa/DGABC


A proposta para elevar em 19,61% seu subsídio salarial mensal, saltando dos atuais R$ 25.604 para R$ 30.620, possibilitará ao prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), receber a maior remuneração entre os gestores públicos do País. Hoje, o petista só perde para o chefe do Executivo de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), que ganha mensalmente R$ 26.723.13.

Os vencimentos do prefeito são-bernardense já superam, inclusive, os do correligionário Fernando Haddad, que comanda São Paulo, a principal prefeitura do País, além dos contracheques do governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB). O holerite de Haddad apresenta R$ 24.161, enquanto o do tucano é de R$ 21.631.

Se obtiver êxito no Legislativo, Marinho vai ultrapassar o contracheque até da presidente da República, Dilma Rousseff (PT). Devido ao período de crise na economia, a petista solicitou redução salarial de 10%. A matéria foi aprovada na Câmara e tramita no Senado. Ela rebaixará os vencimentos de R$ 30.934,70 para R$ 27.841,23. Ou seja, Marinho tende a receber mais do que Dilma, que cuida de população 250 vezes superior à de São Bernardo – pelo Censo 2010, a cidade possui 765.203 habitantes.

Pelo Brasil, o salário do prefeito de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, Márcio Lacerda (PSB), é de R$ 19.080, mesma remuneração do chefe do Executivo de Goiânia e correligionário de Marinho, Paulo Garcia. Das capitais com maior PIB (Produto Interno Bruto) do País, Eduardo Paes (PMDB), do Rio de Janeiro, é quem menos ganha de subsídio mensal: R$ 13.964,94. A quantia é a mais baixa dentre todos os chefes de Executivo de capitais.

Há duas semanas, Marinho enviou projeto à Câmara. O texto insere reajuste salarial também do vice-prefeito, Frank Aguiar (PRB), e de seu secretariado, composto por 32 nomes, sendo retroativa a 1º de março. Em relação a Frank, a remuneração crescerá de R$ 12.800 para R$ 15.310 e aos titulares do alto escalão o valor a ser contabilizado será de R$ 22.984 ante os atuais R$ 19.216. A matéria foi elaborada amparada na LOM (Lei Orgânica do Município), que indica ao prefeito acompanhar o acréscimo salarial dos servidores.

O caso, contudo, foi duramente criticado pela bancada de oposição, sob a justificativa da imoralidade. Neste ano, o petista destinou 19,61% na folha de pagamento dos 20 mil funcionários públicos, após acordo com a categoria, referente aos índices acumulados da inflação entre 2015 e 2016.

O projeto de aumento gerou polêmica na Casa, sendo que a própria base de sustentação provocou adiamento da votação, que já era para ter ocorrido dia 9. Outros prefeitos da região diminuíram ou congelaram seus vencimentos. 




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