A greve da GCM (Guarda Civil Municipal) de São Bernardo completa nesta terça-feira um mês e não há perspectiva de que a paralisação termine em curto prazo.

Durante esse período, houve somente duas reuniões de negociação entre os grevistas e o comando da corporação, que se mostraram infrutíferas. Os dois encontros tiveram de ser intermediados, respectivamente, pelo Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) e o MPT (Ministério Público do Trabalho).

“Desde o primeiro dia de greve propusemos reuniões o e a Prefeitura se manteve irredutível. Só aceitou após intervenção desses órgãos”, afirmou um dos oito membros da comissão grevista, Carlos Roberto da Silva.

Depois de um mês se negando a dar entrevistas ao Diário, o comandante da corporação, coronel Antônio Branco, finalmente falou segunda-feira sobre o assunto. E negou a afirmação de Silva.

“Sempre mantivemos a porta aberta para negociar. A comissão é que não nos procurava”, retrucou Branco. “A greve não termina porque os membros da comissão mudam toda hora as reivindicações. Primeiro, queriam reajuste salarial, depois queriam a troca de comando. Eles não se entendem”, argumentou o coronel, mesmo lembrado pela reportagem que os dois itens constavam das reivindicações após o segundo dia de greve.

Os guardas já começaram a sentir no bolso o protesto. A Prefeitura não pagou o adiantamento de salário efetuado no dia 15. “Agimos dentro da lei. Como vamos pagar adiantamento do que não foi trabalhado? Poderíamos descontar ainda os dias parados de junho, mas não fizemos”, afirmou Branco.

A GCM tem 584 guardas. Segundo os grevistas, a adesão da greve atual é de 80%. Para Branco, esse índice é de 60%. Os trabalhadores querem reajuste salarial de 84%, redução de jornada de trabalho e fim de punições do comando, entre outros itens. O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) deve marcar para os próximos dias reunião de conciliação.