Terminou o impasse. A Prefeitura de Diadema e a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) assinaram na tarde de quinta-feira o termo de cooperação que dará poderes ao município para fazer a regularização fundiária do Morro do Samba, em Diadema.

O terreno onde está o assentamento iniciado na década de 1990 é propriedade da companhia. Com a assinatura, ensaiada há um mês, as 416 famílias do Morro realizam o sonho de ter a escritura de seus imóveis.

"Estou muito feliz pela minha comunidade, e a sensação é de dever cumprido. Buscamos isto há 18 anos e apesar de ser um terreno invadido, nós queremos dignidade", comemora o líder comunitário Erivaldo Rodrigues de Souza, 41 anos, conhecido como Barriga. Ele mora com a família no Morro há 15 anos.

Outra que comemora o resultado é a dona-de-casa Vera Lúcia Maurício de Lima, 47. "Era o passo que estava faltando para a regularização. Sem esta assinatura da CDHU, a Prefeitura não tinha o que fazer."

Durante a semana os moradores fizeram diversas manifestações para pressionar a assinatura do documento que permite a regularização. Na terça-feira passada eles foram até a sede da CDHU na Capital, e quinta-feira fizeram uma passeata até a Prefeitura de Diadema e participaram da sessão ordinária na Câmara.

Reurbanização - O secretário de Habitação de Diadema, Josemundo Dario Queiroz, também comemorou a assinatura do termo de cooperação. Ele adiantou que nesta sexta-feira haverá uma reunião técnica na Prefeitura de Diadema para dar início aos trabalhos.

A regularização fundiária do Morro do Samba integra um projeto muito maior que prevê a revitalização completa da favela. Serão investidos R$ 4 milhões custeados pelo governo federal por meio do PHS (Programa de Susbsídio à Habitação de Interesse Social) com contrapartida do município.

O projeto inclui a construção de áreas verdes e de lazer, de um centro comunitário, muros de arrimo, e a canalização do córrego. A reforma também inclui a recuperação das fachadas das casas através do programa Tá Bonito que incentiva o acabamento das residências. A previsão é de que as obras sejam concluídas em sete meses.

A CDHU disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que a demora para a assinatura do convênio de Diadema se deu por conta de "dependências no processo." Na semana passada, outras noves prefeituras do Estado foram beneficiadas com o programa que visa entregar títulos de propriedades às famílias.