Três piscinões com área recreativa na região mantêm inúteis quadras e campos de futebol em pleno período de estiagem por falta de manutenção. É justamente nessa época que os reservatórios do Paço e do Jardim Sônia Maria, em Mauá, e Grã-Bretanha, em Santo André (avenida Lauro Gomes), deveriam oferecer opções de lazer aos moradores. O mato encobre parte das traves dos gols, insetos e ratos incomodam vizinhos e o mau cheiro invade as casas em volta. Enquanto a Prefeitura de Mauá responsabiliza o Daee (Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica), órgão do governo do Estado, a Prefeitura de Santo André promete iniciar a limpeza nesta terça.

Pouco resta das duas quadras do piscinão do Paço Municipal de Mauá. Ambas ficam ilhadas em meio a um matagal lamacento. O que sobrou das cestas de basquete de uma das quadras pode vir abaixo na primeira enterrada da bola. Quem passa pelo local nem dá pelo espaço que deveria servir para o lazer da população. "Ninguém tem coragem de jogar bola num lugar desse jeito", diz o contador Renato Nicola, 23 anos.

Os amigos Rafael Ferreira, 18, e João Paulo Macedo, 24, dizem que uma quadra em bom estado viria a calhar. "Se esse piscinão não estivesse tão abandonado, até que seria uma boa idéia bater uma bola depois do trabalho", comenta Macedo.

A assessoria de imprensa da Prefeitura de Mauá afirma que o serviço tem de ser prestado pelo Daee, já que ainda não foi entregue o termo de responsabilidade para que a administração municipal assuma a manutenção do local. O Daee foi procurado pela reportagem e, até as 20h desta segunda, não havia respondido.

Outro piscinão abandonado em Mauá é o do Jardim Sônia Maria. No local, existe uma quadra deserta e o mato atinge cerca de 80 cm. Sem capinagem, bichos peçonhentos avançam em direção às casas. Moradores afirmam que desde a inauguração, há um ano, não houve limpeza no reservatório. As pessoas que moram perto ao piscinão já procuraram a administração da cidade e dizem não ter recebido resposta.

"Ninguém utiliza a quadra faz tempo. Não tem nem como. Está tudo largado", explica o prensista Abner de Souza Silva, 40. Os vizinhos dizem que antes do piscinão havia um campo de futebol e pista para caminhada no local. "As crianças podiam brincar sossegadas e andar de bicicleta", conta a dona-de-casa Neide Tereza Assis, 58 anos.

Além dos problemas relacionados à área de lazer, moradores dizem que passaram a surgir ratos e insetos nas residências. A dona-de-casa Maria José de Souza, 55, não deixa mais os quatro netos brincarem na rua, como antes era de costume.

Santo André – O reservatório Grã-Bretanha, localizado do lado da Faculdade de Medicina ABC, na Vila Príncipe de Gales, em Santo André, também é conhecido pelo descaso. O segurança José Ramos, 40, mora em um sobrado vizinho ao terreno do piscinão. Sofre com o mau cheiro. "Quando o vento vem de lá para cá, fica difícil permanecer em casa", conta ele.

A área de recreação consiste em duas traves no meio do mato alto e sujo, impróprio para qualquer jogador amador, e um quadrado de concreto danificado, cercado de mato e que deveria servir de quadra. Três cavalos pastam no terreno como única contribuição ante o capim que cresce desordenadamente. "Ninguém entra com essa sujeira toda aí", diz José Ramos. Há um acúmulo de água parada no parte mais funda do tanque.

O Semasa (Serviço Ambiental de Saneamento Municipal de Santo André) informou que a limpeza mecânica no local começa nesta terça e deve durar 30 dias. Segundo o Semasa, a manutenção é feita até duas vezes por ano. Moradores afirmam que o serviço é feito apenas uma vez por ano e a recreação não existe há cinco anos.