Em 2011, foram devolvidos, no País, 1,95% dos cheques compensados. O percentual foi o maior desde 2009, quando houve 2,15% de folhas sem fundos. O levantamento, conforme revela o indicador da Serasa Experian, mostra ainda que, em dezembro, o percentual foi de 1,99% - menor que o os 2,19% registrados em novembro e maior que os 1,72% verificados em dezembro de 2010.

O cenário se repetiu no Grande ABC. "Podemos dizer que a região também constatou leve alta no volume de cheques devolvidos, mesmo não tendo o índice exato", diz Gildo Freire Araújo, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Diadema.

Mesmo assim, os problemas com cheques sem fundo parecem não incomodar os comerciantes instalados nas sete cidades. Segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial de Santo André, Sidnei Muneratti, os maiores descontos e prazos para pagamentos são concedidos aos consumidores quando a opção de pagamento é o cheque. "A verdade é que mesmo com as devoluções, ainda compensa mais para os lojistas trabalhar com as folhas do que pagar a taxa administrativa ao utilizar a maquininha para passar cartões de débito ou crédito", explica.

Além disso, as consultas de cheques são cada vez mais frequentes. "É uma ferramenta que evita fraudes e calotes. Afinal de contas, o cheque é o primeiro grande instrumento de consumo", avalia o presidente da Acisa.

MOTIVOS

Para os economistas da Serasa, a elevação da inadimplência, o crescimento da inflação que reduziu o poder aquisitivo, o rápido aumento do endividamento e os juros altos que encareceram o crédito foram fatores determinantes que comprometeram a capacidade de pagamento do tomador de crédito, incluindo o do pré-datado.