Política Titulo Diadema
População e entidades seguirão com protesto contra vereadores

Ato contra parlamentares de Diadema na Câmara foi mantido para o dia 6, mesmo após desistência de aumento em salários

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
31/07/2015 | 07:00
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Andréa Iseki/Arquivo DGABC


População e entidades em Diadema prometem manter protesto contra os vereadores, mesmo após anúncio de desistência no aumento dos salários legislativos em 49%, que seria contabilizado a partir da próxima legislatura.

No dia 16, os parlamentares, de forma unânime, votaram às pressas e em caráter excepcional acréscimo em seus contracheques, que janeiro de 2017 saltaria dos atuais R$ 10.192,10 para R$ 15.193,27. Mesmo com forte pressão popular, os parlamentares seguiram a medida por duas semanas, até recuo definitivo, sentenciando na quarta-feira.

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Diadema, uma das instituições que lideraram os protestos, publicando nota de repúdio contra o ato, confirmou presença na sessão. Presidente da entidade, Marilza Nagasawa assegurou ser imprescindível o acompanhamento de perto em torno da revogação da matéria. “Não sei se eu irei ou vão outros representantes. Contudo, é necessário ter o conhecimento de como serão feitos os desdobramentos que consolidaram essa anulação prometida por eles”.

Marilza revelou que não deverá pedir uso da palavra na tribuna, durante a sessão, porém, afirmou esperar ver arrependimento dos parlamentares. “Se há bom senso entre eles, que admitam equívoco em relação ao plano, uma vez que só recuaram depois de muita pressão. As falas até então não demonstravam arrependimento”, adicionou a advogada.

Mais exaltado, o Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema) garantiu cobrança direta aos parlamentares. Presidente da entidade, José Aparecido da Silva, o Neno, enfatizou que será colocado a cada vereador que a proposta “foi uma desagradável surpresa”, principalmente após ver o o prefeito Lauro Michels (PV) não honrar o acréscimo de 1,39% para o funcionalismo, que havia sido acordado em abril para encerrar greve da categoria, que durou 13 dias.

“Vamos falar para eles (parlamentares) tudo o que representou essa atitude, ressaltando a dificuldade que os servidores passaram para conseguir aumento, apenas inflacionário, e que acabou não sendo cumprido. Vamos estar na sessão para ver como será o desfecho para constatar a anulação”, atacou o dirigente.

Para que o reajuste não seja validado há três medidas. O primeiro é ato normativo assinado pelo presidente da Câmara, José Dourado (PSDB), que precisa ser oficialmente publicado, suspendendo toda sessão extraordinária no dia 16 – como o tucano está em férias, a decisão deve ser tomada somente na próxima semana. A outra possibilidade é esperar a publicação da lei, autorizando o reajuste salarial, para apresentação de outro projeto, revogando a legislação sobre o novo vencimento. A terceira opção é aguardar estourar o prazo de 30 dias para publicação da lei, o que forçaria o texto a retornar à mesa diretora e, então, ser derrubado oficialmente pelos vereadores.

REDES SOCIAIS
Ontem, muitos moradores de Diadema, pelo Facebook, seguiram repudiando atitude dos vereadores. Alguns parlamentares, buscando amenizar impopularidade, publicando em suas páginas pessoais a nota que oficializava o recuo. A tática, porém, não deu certo. O que se viu em comentários, além de ofensas e ironias, foram promessas de continuidade do protesto na Câmara, no dia 6.

Presidente em exercício da Casa, Talabi Fahel (PR) evitou admitir equívoco quanto a medida, somente destacou que respeita o manifesto popular. “Vejo tudo isso com tranquilidade. Se quiserem vir à Câmara, podem vir, porque os vereadores já tomaram a decisão de desistir da matéria.” 




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