Política Titulo Aumento
Vereadores ignoram pressão e mantêm reajuste de 49%

Parlamentares se reúnem e, a portas fechadas,
decidem continuar com aumento nos salários

Leandro Baldini
Diário do Grande ABC
28/07/2015 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Mesmo com forte pressão popular, os vereadores de Diadema decidiram sustentar a aprovação do projeto de lei que concedeu 49% de reajuste nos salários parlamentares, medida válida a partir de 2017. Ontem, a portas fechadas e em clima de mistério, 14 dos 21 parlamentares da Casa definiram por publicação de um nota oficial, cujo objetivo é elencar o princípio da legalidade para o acréscimo nos vencimentos. O valor do contracheque saltará de R$ 10.192,10 para R$ 15.193,27, proporcionando impacto anual de R$ 1,26 milhão às contas da Prefeitura, responsável pela transferência de recursos ao Legislativo diademense.

A reunião durou de duas horas e meia e contou com a participação de Atevaldo Leitão (PSDB), Lúcio Araújo (PV), Milton Capel (PV), Reinaldo Meira (sem partido), Luiz Paulo Salgado (PR), Josa Queiroz (PT), Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), Orlando Vitoriano (PT), Cida Ferreira (PMDB), Vaguinho do Conselho (PSB), Célio Boi (PSB), Ricardo Yoshio (PRB) e Pastor João Gomes (PRB). Presidente interino da Casa, Talabi Fahel (PR) mediou o debate.

O tom do encontro foi fazer com que a Câmara, como instituição, tente blindar os vereadores. Desde que o reajuste foi aprovado por unanimidade, no dia 16, os parlamentares têm sido alvo de constantes críticas. O movimento seria tentar tirar a mácula da aprovação do aumento salarial em tempos de crise dos ombros dos vereadores e colocar como decisão do Legislativo, sob alegação de falta de reposição salarial desde 2007.

Talabi – que interinamente está no lugar de José Dourado (PSDB) – minimizou importância da reunião, dizendo que o debate em torno do reajuste salarial não estava na pauta. No entanto, admitiu que os parlamentares presentes solicitaram a elaboração de nota para comprovar legalidade. “Foi pedido de todos os vereadores, que concordaram que há muita coisa sendo dita ou escrita de maneira incorreta. Não há nada errado ou ferindo a lei.”

O parlamentar relatou que em nenhum momento foi cogitada a revogação do aumento, salientando que o salários estavam defasados. “Em 2011, a Câmara deixou votar o reajuste, por isso, agora foi aumentado em 49%. Ficou acumulado. O último aumento foi em 2007”, mencionou Talabi. “O percentual é justo.”

Entidades e população preparam para o dia 6, no retorno dos trabalhos legislativos, grande ato de protesto na Câmara. Há na cidade algumas petições para que haja revogação da medida. Grupos entendem que o aumento, neste momento da economia diademense e do País, é imoral. A prova da crise financeira enfrentada pelo Paço é que o governo Lauro Michels (PV) não conseguiu honrar com uma das parcelas de reajuste acertado em abril com o funcionalismo público. 




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