Universalização da rede de água e esgoto de Ribeirão Pires até 2016 e investimentos de R$ 226 milhões em saneamento básico nos próximos 30 anos. Estas foram as propostas apresentadas pelo superintendente da Unidade de Negócio Sul da Sabesp, Roberval Tavares, em audiência pública na Câmara ontem à noite para discutir a renovação do contrato da empresa com a Prefeitura.

A audiência é parte do processo de negociação de um novo contrato, que ainda precisa ser avalizado pelo prefeito Clóvis Volpi (PV) e pela Câmara, para prestar os serviços de água e esgoto da cidade - o acordo anterior, com a própria Sabesp, venceu em setembro de 2007.

Nova legislação aprovada no Congresso, porém, impediu renovar o convênio sem antes realizar um plano de saneamento com as metas de investimentos e planilha de gastos por 30 anos.

A proposta da Sabesp, com base no planejamento solicitado pela Prefeitura de Ribeirão Pires, é de chegar a 100% de cobertura da rede de água e esgoto até 2016, com atendimento de 90% da parte urbana da cidade.

"A diferença de 10% é normal, inclusive nos países mais desenvolvidos na área, porque não é possível atender casas num nível abaixo da rua", afirmou Tavares.

Segundo estudo da Prefeitura, atualmente 76% da cidade possui água encanada, 62% têm coleta de esgoto e, deste percentual, 70% dos resíduos são tratados.

O superintendente da Sabesp informou que, para atingir a meta de universalização, os investimentos vão se concentrar nos primeiros oito anos de contrato, com gasto previsto de R$ 138 milhões.

Outros R$14 milhões ficarão para expansão do sistema e R$ 29 milhões para renovar os ativos, como ligações de água com as residências. Parte da previsão de investimentos também vai para a ETE (Estação de Tratamento de Esgotos) ABC, que receberá R$ 61 milhões.

Em contrapartida, a Sabesp estima receita de R$ 360 milhões pela exploração dos serviços de saneamento de Ribeirão Pires por 30 anos. "É preciso lembrar, porém, que há custos operacionais ao longo deste período."

TARIFA

O superintendente da Sabesp declarou que a tarifa não será estabelecida pela empresa, mas pela Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo), como já ocorre há dois anos.

Tavares ainda garantiu a manutenção da tarifa social no município, com desconto para população de baixa renda. "Cerca de 6% dos imóveis atendidos pela Sabesp estão dentro deste programa", afirmou.