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Greve pode ficar ano inteiro se quiserem, diz Lauro Michels

Prefeito de Diadema desdenha da paralisação dos servidores, que completou o terceiro dia ontem; verde sugeriu conotação política

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
18/04/2015 | 07:00
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Montagem/DGABC


Prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV) desdenhou ontem da paralisação dos funcionários, que completaram o terceiro dia sem dar expediente até que haja melhora na proposta de reajuste salarial. O governo ofereceu 3,5%, enquanto a classe reivindica 11%.

O chefe do Executivo ratificou que a manifestação está com pouca adesão, criticando diretamente o Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema). Para ele, a entidade busca conduzir as negociações com conotação política.

“A greve pode ficar o ano inteiro se quiserem. Esta paralisação é politiqueira. Respeito muito aquelas pessoas que querem reivindicar seus diretos, mas fazendo isso de maneira séria e não com mentiras, como a do sindicato, que disse que eu estou na Califórnia (nos Estados Unidos) surfando, enquanto estou trabalhando. Fazem isso porque não estão conseguindo convencer (a população)”, atacou o verde.

A crise econômica foi novamente destacada por Lauro ao sinalizar descarte de aumento na proposta de 3,5%, que foi encaminhada ao sindicato da categoria no início do mês. “A maioria dos funcionários está vendo o desemprego alastrado e todos os problemas que o Brasil passa economicamente. A produção caiu no setor automobilístico e Diadema é dependente disso. Minha conta de luz subiu 45% sem eu gastar mais. Então, tudo isso dificulta, pois o custeio continua alto. O funcionário que é de bem, o dedicado, entende a situação. Por isso, há baixa adesão para paralisação. Estou clamando pela colaboração dos que querem ajudar. Não preciso do sindicato dizendo o que tem de fazer. Eu sei o que é necessário e vou valorizar o funcionário público”, complementou.

A Prefeitura não informou quantos servidores deixaram de dar expediente ontem, entretanto, salientou que os serviços públicos estão funcionando normalmente.

Durante ontem, os grevistas percorreram os bairros da Vila Nogueira, Jardim Marilene, Jardim Promissão e Eldorado. Segundo o presidente do Sindema, José Aparecido da Silva, o Neno, cerca de 200 foram às passeatas. “É um trabalho crescente. O importante é que passamos por vários equipamentos públicos e conseguimos dar a mensagem. Tenho certeza que vai crescer (a greve)”, informou.

Em relação às críticas de Lauro, Neno admitiu que o sindicato é composto em sua maioria por integrantes ligados à ideologia de esquerda, porém, relembrou greves realizadas pela categoria em 2007 e 2011, quando a Prefeitura era administrada por José de Filippi Júnior e Mário Reali, respectivamente, ambos do PT. “Esses momentos comprovam que o nosso trabalho prioriza a condição do funcionalismo e vamos seguir dessa forma”, assegurou. 




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