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Banco de fomento concede só R$ 2,8 milhões para a região do Grande ABC
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
09/08/2010 | 07:29
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A Nossa Caixa Desenvolvimento concedeu, desde que foi criada, em outubro, apenas 21 financiamentos no Grande ABC, que totalizaram R$ 2,885 milhões para empresários investirem na ampliação do negócio, na aquisição de máquinas e equipamentos ou para capital de giro.

Quando a crise financeira internacional começou a dar sinais de que estava indo embora do País, foi lançado esse banco de fomento, que, com recursos do governo estadual, disponibiliza empréstimos a pequenos e médios empresários paulistas cujo negócio fature entre R$ 240 mil e R$ 100 milhões por ano.

São Caetano foi o município que mais levantou recursos. Apenas para uma empresa, o crédito foi de R$ 1,498 milhões. Na sequência aparece Ribeirão Pires, onde um empresário conseguiu R$ 600 mil. Em Diadema foram R$ 364,6 mil para 11 empreendimentos, em Mauá, R$ 347,7 mil a sete negócios e em São Bernardo, R$ 75 mil a um empresário. Não há registro, por enquanto, de operação aprovada em Santo André e Rio Grande da Serra.

O diretor presidente da Nossa Caixa Desenvolvimento, Milton Luiz de Melo Santos, afirmou, em visita ao Diário, que o volume poderia ser muito maior não fosse o desconhecimento do empresariado sobre essa fonte de recursos. Afinal, existe cerca de R$ 1 bilhão para ser emprestado - que pode ser alavancado e chegar a R$ 9 bilhões - para 36,6 mil empresas de pequeno e médio portes no Estado, sendo 5.000 na região.

Um dos atrativos do banco são as taxas menores que as tradicionais do mercado financeiro. "Temos menos da metade dos juros cobrados nos bancos comerciais, que oferecem entre 30% e 42% de juros ao ano, enquanto oferecemos empréstimos a uma média de 12% ao ano", afirma.

Outro ponto levantado pelo presidente é o fundo de aval, que compensa a não existência das garantias. Quem possui faturamento anual de até R$ 2,4 milhões pode usufruir do fundo, que cobre até R$ 240 mil (10% do faturamento) com recursos do tesouro do Estado.

Empresários com dívidas em bancos, títulos protestados, CNPJ sujo e tributos em haver não conseguem tomar o crédito. São contempladas empresas que tenham até 30% de risco.

São oferecidos também recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) por meio da agência de fomento. A vantagem é não ter de passar pelo crivo dos gerentes dos bancos comerciais.

É válido ressaltar que os microempresários não são elegíveis para conseguir empréstimo pela agência. Para esses, há os recursos do Banco do Povo do Estado.

Agência é ponte da Nossa Caixa Desenvolvimento

Hoje existem 35 entidades cooperadas à Nossa Caixa Desenvolvimento para realizar a disseminação da fonte de crédito. Entre elas estão a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, onde foi inaugurado posto de informações em maio.

Até então só poderiam tomar o empréstimo quem fosse associado a alguma entidade de classe, como Fiesp (Federação da Indústria do Estado de São Paulo), Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) ou Apas (Associação Paulista de Supermercados).

A parceria com instituições empresariais é um diferencial do banco de fomento do Estado. "Como não temos unidades físicas da agência de fomento, contamos com parceiros como as entidades representativas. Justamente por não termos unidade física, podemos oferecer taxas menores", aponta o presidente da Nossa Caixa Desenvolvimento, Milton Luiz de Melo Santos.

A Agência de Desenvolvimento não é autorizada a realizar o procedimento do crédito, mas pode informar o empresário, sanar suas dúvidas e encaminhar proposta para a Nossa Caixa Desenvolvimento.

Em dois meses e meio de atuação, o posto do Grande ABC contabilizou 150 atendimentos que geraram 32 consultas enviadas para análise. De acordo com o coordenador de projetos da Agência, Roberto Anacleto dos Santos, boa parte dessas consultas está em análise para aprovação. O tempo médio de avaliação para liberação de recursos para capital de giro é 15 dias.

INFORMAÇÃO

O coordenador da Agência do Grande ABC conta que os principais meios de divulgação são os eventos empresariais, como o Café com Crédito, o site da Agência, mala direta e disseminação por meio do Ciesp, Singrafs (Sindicato das Gráficas do Grande ABC) e APL (Arranjo Produtivo Local) Metalmecânico.

"Creio que nos próximos anos a Nossa Caixa Desenvolvimento se estruturará para ser o maior repassador de BNDES no Estado. O que posso afirmar é que não há falta de procura por informações sobre crédito. Com relação ao desconhecimento, podemos dizer que é normal, pois trata-se de um banco de fomento recente, e as pessoas ainda confundem com a Nossa Caixa Nosso Banco", explica o coordenador.

Os interessados em obter informações podem agendar atendimento pelo telefone 4433-7352 ou pelo e-mail roberto.anacleto@agenciagabc.com.br.




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