Política Titulo Crise
Auxiliares de Educação reclamam de Cleuza

Servidores pedem redução da jornada após
professores terem carga horária menor em creches

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
28/03/2015 | 07:00
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Montagem/DGABC


A secretária de Educação de São Bernardo, Cleuza Repulho (PT), terá de lidar com novo problema. Depois de revoltar pais de alunos ao cortar a merenda em 200 escolas e ainda ser ré em processo de formação de quadrilha, a titular da Pasta desagradou auxiliares de Educação da rede pública. Segundo esses funcionários, há sobrecarga de funções após professores passarem a cumprir a Lei do Piso, que determina a destinação de um terço da jornada para aperfeiçoamento dos magistrados.

A crise atinge principalmente as creches. Nessas unidades, há dois professores por turma, mais o agente de Educação como suporte. Com a redução da jornada de trabalho dos docentes, as crianças ficam somente 40 minutos com os dois magistrados em sala de aula – no restante, auxiliares têm de se desdobrar para cuidar dos alunos. Até o ano passado, estudantes tinham à disposição quadro completo de docência por cinco horas.

Desde o começo do ano os horários são diferentes: os professores da manhã entram às 7h e saem às 13h50, com uma hora de almoço. Os vespertinos ingressam na escola às 11h10 e deixam a função às 18h, também com 60 minutos de refeição. Auxiliares de Educação têm jornada de oito horas diárias (40 horas semanais) e salário bem inferior: R$ 1.800 contra R$ 3.500 de vencimento inicial.

“Há muitos auxiliares com problemas de coluna e nas costas porque ficam com as crianças no colo o dia inteiro já que não há dois professores”, relatou um funcionário que não quis se identificar temendo represália. Ele contou também que salas estão superlotadas por causa de mães que ganham na Justiça direito de matricular seus filhos nas creches, mesmo sem ter vaga destinada a eles. “Tem dia que faço 70 trocas (de fraldas).”

Existe petição na internet pela redução da jornada de trabalho dos auxiliares de Educação para 30 horas por semana. Eles também procuraram o vereador Pery Cartola (SD), da oposição, para que haja movimento na Câmara. “Em Santo André, São Caetano e Guarulhos os auxiliares já trabalham adequadamente. Por que não em São Bernardo?”, alegou Pery.

Indagada ontem, a Prefeitura de São Bernardo não se manifestou.

Atualmente há 1.300 vagas de auxiliares de Educação à disposição da Prefeitura, mas servidores suspeitam que o quadro não está completo. O debate também é travado no Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos) de São Bernardo, porém, nenhuma posição foi tomada ainda.




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