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Produção de veículos cai 4,9% em abril
Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
07/05/2011 | 07:29
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Com o ritmo menor da demanda, em decorrência das medidas do Banco Central para conter o consumo, a produção de veículos no Brasil caiu 4,9% em abril frente a março, de acordo com dados divulgados ontem pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

A retração no volume fabricado reflete a queda de 5,5% nas vendas. Apesar da ressalva de que, pela média diária, houve expansão de 4,4% na comercialização - já que o mês passado teve dois dias úteis a menos - o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, assinala que o desaquecimento é fruto da atuação do BC, com o aumento de exigências bancárias para financiamentos de longo prazo e a elevação da IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), por exemplo.

A desaceleração pode ser observada na comparação do acumulado do ano. No primeiro bimestre, a expansão das vendas foi de 19,5% frente a igual período de 2010; nos três primeiros meses, o crescimento foi de 4,7% e, no quadrimestre, é de 4,6% frente ao desempenho de janeiro a abril do ano passado.

As medidas do BC, incluindo o aumento da taxa básica de juros (Selic), têm impulsionado o custo do crédito ao consumidor.

Belini cita que os juros praticados nos veículos novos estavam em março, em média, em 20,6% ao ano, 2,4 pontos percentuais mais do que 12 meses antes.

A inadimplência também vem em ascensão. Em dezembro, estava em 2,5% e em março chegou a 3%. Ainda é menos do que no mesmo mês de 2010, quando estava em 4%. Para o dirigente, a alta não preocupa. Ele afirma que o segmento tem percentual de inadimplentes menor que a do comércio em geral ( 5,5%).

EXPORTAÇÃO - No quadrimestre, as fabricantes exportaram 168,2 mil unidades, 9,1% mais que no mesmo período de 2010. O resultado, no entanto, está bem aquém das encomendas nos quatro meses iniciais de 2005 (foram 216,4 mil unidades vendidas ao Exterior), exemplifica Belini. O volume exportado neste ano também fica bem abaixo do número de importações. De janeiro a abril, ingressaram no mercado nacional 245,9 mil veículos.

 

Emprego no setor tem crescimento pelo 22º mês seguido

O nível de emprego no setor automotivo voltou a crescer em abril, com a contratação de 1.363 pessoas. É o 22º mês seguido de expansão no segmento que, incluindo a área de máquinas agrícolas, contabiliza atualmente 141 mil vagas (122 mil nas montadoras de veículos e as restante 19 mil entre as fabricantes de maquinário para a agricultura). É 9,5% mais que no mesmo mês do ano passado.

Para Cledorvino Belini, com o desaceleração das vendas e o ajuste da produção de veículos para acompanhar o ritmo menor da demanda, a expectativa é de estabilização nas admissões a partir deste mês.

O dirigente explica que, quando o mercado automotivo começou a reagir, após a crise financeira global (que estourou em outubro de 2008), a expansão na fabricação de carros foi alcançada, inicialmente, com o aumento do número de horas extras e, depois, a partir de julho de 2009, houve o processo gradual de abertura de postos de trabalho.




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