Economia Titulo Recuperação
Indústria ainda sente reflexos da crise
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28/01/2010 | 07:00
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As regiões brasileiras cuja indústria está concentrada em segmentos voltados para o mercado interno estão liderando o processo regional de recuperação industrial, segundo mostram os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) reunidos pelo economista, André Macedo.

Das 14 regiões investigadas pelo instituto, apenas três (Pernambuco, Goiás e Ceará) já retornaram a produção ao patamar pré-crise, de setembro de 2008. Por outro lado, Minas Gerais, que tem a atividade mais voltada para o mercado externo, mostra a maior perda na produção (10,7%) em relação ao último mês de bom desempenho da indústria antes das turbulências.

Macedo explica que a evolução da massa de salários permitiu a continuidade do aquecimento do mercado doméstico apesar dos efeitos da crise sobre a economia e essas regiões se beneficiaram deste cenário. "Isso é mais evidente no Nordeste, onde há presença forte de segmentos de semi e não duráveis, como alimentos e vestuário", explica.

Na indústria cearense, os últimos números do IBGE, relativos a novembro, mostram que a produção na região vem sendo impulsionada por calçados e artigos de couro (alta de 41,3% ante novembro de 2008) e têxteis (16,4%). Em Pernambuco, o destaque ficou com alimentos e bebidas.

Em novembro de 2009, ante setembro de 2008 - mês que marcou o patamar recorde de produção da indústria, antes dos efeitos da crise -, a indústria do Ceará cresceu 0,3%, ante queda de 5,9% na produção total do País no período. Em Pernambuco, houve alta de 0,6%.

Mas o principal destaque regional em reação no período pós-crise é Goiás, cuja produção aumentou 8,9% em novembro de 2009 ante setembro do ano anterior. Neste caso, Macedo explica que há influência muito forte da indústria de produtos químicos, especificamente o setor farmacêutico, na região, além da atividade de alimentos. "Na indústria goiana também é forte o efeito do mercado interno, mas é importante ressaltar que o efeito da indústria farmacêutica nos resultados regionais é muito concentrado e pode ser pontual."

No sentido contrário às regiões que retornaram primeiro ao patamar de produção anterior à crise, a indústria mineira mostrou em novembro o pior resultado (-10,7%) na comparação com setembro de 2008. Macedo lembra que o setor industrial vem registrando recuperação significativa em Minas Gerais nos últimos meses, mas o tombo do fim de 2008 na região foi tão forte - queda de 29,8% na produção em dezembro de 2008 ante setembro do mesmo ano - que a retomada ao patamar de antes da crise ainda não foi possível.




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