Economia Titulo Empréstimos
Concessões de crédito
consignado têm recorde

Contratos até agosto somam R$ 62 bilhões, maior valor desde
2003; em relação ao mesmo período de 2011, alta foi de 20%

Pedro Souza
Diário do Grande ABC
13/10/2012 | 07:30
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O crédito consignado atingiu recorde nos primeiros oito meses de 2012. Segundo dados do Banco Central, a demanda pela modalidade foi a maior da história para o período. Os consumidores contrataram entre janeiro e o fim de agosto R$ 62,18 bilhões para liquidarem em suas folhas de pagamento.

Deflacionados pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), os montantes de concessões dos anos anteriores foram menores, na casa dos bilhões. Sobre os primeiros oito meses de 2011, o resultado de 2012 atingiu incremento de 20%.

Na comparação com o resultado do ano passado, antigo recorde de R$ 55 bilhões corrigidos pelo IPCA, a evolução deste ano chegou a 12%.

Conforme as informações do BC, o impulso nas concessões de consignado neste ano teve início em maio. Desde 2009 que o volume concedido em um mês não ultrapassava a casa dos R$ 7 bilhões. No quinto mês deste ano, o montante saltou para R$ 9,53 bilhões.

Na avaliação do professor de finanças da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) Eduardo Vieira dos Santos Paiva, existe a possibilidade de a competição dos bancos pelas menores taxas de juros, iniciada em abril, explicar a expansão.

"As pessoas acabaram estimuladas pelos anúncios de redução e foram atrás do consignado, que é dono de juros menores em relação a outros empréstimos", argumenta Paiva.

No quarto mês deste ano, as instituições financeiras públicas puxaram a guerra do crédito mais barato. E o consignado entrou na dança. Como é uma modalidade que tem desconto das parcelas direto no pagamento, seja do trabalhador ou do aposentado e pensionista, os bancos têm menor risco de inadimplência e cobram menos pelo dinheiro.

Esse empréstimo foi criado pelo governo federal em 2003. Para contratá-lo, o consumidor terá alguns limites. As parcelas não podem ultrapassar 30% do salário do contratante, que por sua vez terá que liquidar toda a sua dívida na modalidade para tomar mais uma vez o crédito./CW

CUIDADO

Mesmo barato em relação a outros empréstimos para pessoa física, é necessário cuidado na hora de contratar um consignado, orienta o professor de finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas) Fábio Gallo Garcia.

Ele diz que o consumidor só deve recorrer à modalidade em caso de emergência. E realizar a previsão sobre o impacto das parcelas do empréstimo no orçamento familiar. "Não pode esquecer que o desconto dele é automático no pagamento", destaca Garcia.

AGOSTO

Segundo informações do BC (Banco Central), o volume de concessões de crédito consignado atingiu R$ 8,57 bilhões em agosto, último resultado divulgado pela autoridade monetária.

Dentro desse valor, os aposentados e pensionistas da Previdência Social foram responsáveis por 30% das contratações. Esse grupo contratou R$ 2,57 bilhões. O tíquete médio das operações foi de R$ 3.615.

Em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo o Ministério da Previdência Social, o valor é 13,71% maior, sem considerar a inflação do período, ou seja, a expansão nominal.

De acordo com a Pasta, os beneficiários da Previdência assinaram 718.327 contratos de empréstimos consignados em agosto, 3,3% a menos do que no oitavo mês de 2011.




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