O crescimento da candidatura do ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes precipitou o debate sucessório no maior partido da esquerda, tornando alta a probabilidade de que Lula saia do encontro aclamado candidato.
Em entrevista publicada domingo pelo jornal O Estado de S. Paulo, o presidente de honra do PT anunciou uma nova série de caravanas político-eleitorais pelo país nos próximos meses, semelhantes às "caravanas da cidadania" da campanha de 1998.
As bandeiras serao, outra vez, a denúncia da miséria e a defesa de um modelo econômico completamente oposto ao lançado pelo Plano Real do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Para a criaçao de um fundo de R$ 100 bilhoes com o objetivo de financiar políticas de socorro à populaçao pobre, Lula vai defender um imposto adicional de 10% sobre o patrimônio das 400 mil famílias mais ricas do país.
A idéia de uma nova candidatura tomou corpo nos últimos dez dias, com o lançamento dessa proposta, a radicalizaçao do discurso parlamentar e a implementaçao de açoes contra o governo. Foi parte dessa estratégia o veto à participaçao dos governadores do partido no diálogo para enfrentar a questao do déficit previdenciário proposto por Fernando Henrique.
Da mesma forma, deve ser entendida a decisao do PT do Rio, que denunciou a aliança com o governador Anthony Garotinho (PDT) e determinou aos petistas que entreguem os cargos controlados pelo partido.
Apesar do caráter regional, o movimento do PT fluminense tem como objetivo desgastar a imagem de Garotinho e o bloquear como alternativa para disputar o eleitorado de centro-esquerda.
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