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OAB quer CPI popular; CNBB promove vigília
Das Agências
13/05/2001 | 21:39
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A Ordem dos Advogados do Brasil decidiu domingo criar uma CPI paralela. Apoiada por cerca de 40 entidades – entre elas, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Transparência Brasil, Unafisco e representações estaduais da Ordem –, a CPI paralela vai convocar para depor acusados de corrupção e deverá ser presidida pela própria OAB nacional.

De acordo com Rubens Approbato Machado, presidente da OAB nacional, a CPI é uma forma de pressão a que a sociedade deve recorrer, juntamente com manifestações que serão organizadas em todo o país (em São Paulo elas acontecerão dia 22 de maio). “Vivemos um momento grave de metástase da corrupção no país”, afirmou Approbato, para quem a imagem de credibilidade moral do presidente Fernando Henrique foi afetada pela “operação abafa”, que provocou a retirada de assinaturas de parlamentares do requerimento de convocação da CPI. “Se não optarmos por uma medida enérgica, é melhor aceitarmos a proposta de legalização da corrupção”, disse por sua vez Carlos Miguel Aidar, presidente da OAB-SP. A Ordem já se manifestou a favor da cassação dos senadores Jáder Barbalho (PMDB-PA), Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF).

Orações – Belo Horizonte amanheceu domingo rezando por um Brasil melhor. Carregando cerca de 400 pessoas aguardaram o sol nascer nas escadarias da igreja São José, em uma vigília contra a corrupção. O protesto foi promovido pela CNBB, por meio do Fórum Mundial Social e do Comitê de Fé e Política da Arquidiocese de Belo Horizonte. Durante a vigília, os manifestantes rezaram a oração contra a corrupção elaborada pela Cúria Metropolitana especialmente para ser lida em todas as 243 paróquias da Arquidiocese. Também foi queimada uma cobra simbolizando a corrupção no país.

O pároco da igreja São José, Raimundo Vidigal, 57, que participou da vigília, citou trechos do apocalipse, último livro do Novo Testamento que contém revelações catastróficas acerca do destino da humanidade, ao se referir ao “momento calamitoso” que, segundo ele, o país vive. “Ninguém agüenta mais tanta injustiça, tanta miséria. Haverá um novo céu e uma nova terra, diz um trecho Apocalipse. É isso que a gente quer”, disse o padre.

A vigília foi encerrada com o maestro Carlos Eduardo Prates regendo o hino nacional. A missa começou em seguida. Uma panela vazia, duas bandeiras do Brasil, uma carteira de trabalho, um chinelo velho e as cinzas que restaram da cobra incendiada substituíram o ofertório (pão, vinho e água) e foram colocadas no altar da igreja. Durante o sermão, o padre Henrique de Moura, que comandou a celebração, pediu que a população “saia nas ruas e nas praças para mudar nosso país, que está precisando de Justiça.”




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