Setecidades Titulo Serviço social
Dobra número de marmitas servidas
pelo Bom Prato durante pandemia

Em 2019, média mensal era de 46 mil refeições e subiu para quase 100 mil desde março de 2020

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
07/08/2021 | 00:01
Compartilhar notícia
DGABC


As três unidades do Bom Prato no Grande ABC – duas em São Bernardo e uma em Santo André – serviram 1.589.435 refeições desde o início da pandemia, ou seja, média de 99.339 marmitas a cada 30 dias, nos 16 meses em que o País se encontra na crise sanitária. O número é mais do que o dobro do que era servido antes da pandemia. De acordo com informações do governo do Estado, em 2019 foram vendidas 544.778 marmitas, com média de 46.231 refeições por mês.

Os dois restaurantes que ficam em São Bernardo, um no Centro e outro provisório, montado justamente durante a pandemia no bairro Assunção para suportar a demanda, serviram 864.446 marmitas desde março de 2020. Já a unidade do Centro de Santo André vendeu, ao todo, 724.989 refeições. Ao longo da crise sanitária, havia longas filas, principalmente no horário do almoço, nos equipamentos que servem as marmitasno Grande ABC – o custo da refeição no almoço e no jantar é de R$ 1 (cada), enquanto que no café da manhã é de R$ 0,50.

Para a secretária de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, Célia Parnes, o Bom Prato, que já atua há pouco mais de 20 anos no Estado, forma um dos alicerces no combate à fome e à insegurança alimentar.

“Principalmente durante a pandemia, (a atuação do Bom Prato) foi extremamente expressiva. Rapidamente se transformou em um modelo de servir alimentação embalada. As pessoas puderam retirar as refeições e consumir em seus domicílios ou em locais de acolhimento”, declarou a titular da pasta, lembrando que para proteger os usuários as unidades fecharam os salões e passaram a oferecer marmitas.

De acordo com a secretária, o perfil de quem busca os equipamentos para aliviar a angústia da fome acabou mudando com os problemas causados pela pandemia. Se no início o equipamento estadual de alimentação pública atendia, principalmente, população em situação de rua e pessoas em demais vulnerabilidades, hoje o Bom Prato serve refeição para moradores que tinham renda, mas que acabaram perdendo seus ganhos em meio à crise sanitária.

“Pessoas que nem conheciam o Bom Prato passaram a se alimentar diariamente, procurando café da manhã, almoço e jantar. Trabalhadores que perderam emprego, enfim, pessoas que ficaram sem suas rendas usaram as unidades para se alimentar. Vimos famílias que estavam muito bem (antes da pandemia) e que passaram a necessitar destas alimentações”, afirmou a secretária do Desenvolvimento Social. 

Estado fecha a unidade de Santo André e mais 30 aos fins de semana

O governo do Estado informou ontem que 31 equipamentos do Bom Prato deixarão de servir alimentação aos fins de semana, entre eles a unidade que fica no Centro de Santo André. A decisão ocorre sob alegação de que no sábado e, principalmente, aos domingos sobrava muita comida. 

Com a decisão, no Grande ABC, o Bom Prato de Santo André atenderá somente de segunda-feira a sexta-feira, já os dois equipamentos de São Bernardo funcionarão até sábado. A nova regra já vale a partir de hoje.

A secretária de Desenvolvimento Social, Célia Parnes, sustentou que a decisão surgiu após perceber o desperdício de alimentos nos fins de semana. “Os usuários do Bom Prato já estão sendo comunicados em relação às adequações de funcionamento”, comentou. O Estado não informou quantas marmitas são entregues aos fins de semana nas três unidades que ficam no Grande ABC.

A Prefeitura de São Bernardo declarou que a mudança partiu do governo do Estado e que o Bom Prato do Centro está na lista de equipamentos que funcionarão durante os sábados. A administração disse ainda que manterá o atendimento ao público aos domingos por tempo indeterminado. Já Santo André disse que a gerência do equipamento é do governo do Estado. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;