Economia Titulo Sem acordo
Correios estão em greve na região contra proposta de reajuste salarial

Paralisação decidida ontem envolve cerca de 1.500 trabalhadores

Por Soraia Abreu Pedrozo
Flavia Kurotori
27/09/2017 | 01:00
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Os trabalhadores dos Correios que atuam no Grande ABC estão em greve desde as 22h de ontem. Proposta da estatal foi recusada pelos funcionários em assembleia realizada no CMTC Clube, em São Paulo.

Na região, os cerca de 1.500 profissionais que atuam nas 41 unidades de atendimento devem cruzar os braços pelo menos até segunda-feira, dia 2 de outubro, às 10h, quando será realizada nova reunião a fim de fazer balanço da paralisação.

De acordo com o secretário-geral do Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios, Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e Zona Postal de Sorocaba), Ricardo Adriani, o Peixe, a principal rejeição apontada pelos empregados foi o fato de os Correios quererem aumentar os salários, em 3%, somente em janeiro de 2018, e sem o pagamento retroativo à data base da categoria, em 1º de agosto.

A categoria pleiteava aumento de R$ 300 nos salários de todos os funcionários e acréscimo de 10% em todos os benefícios, além da manutenção das cláusulas já em vigor e do calendário de férias.

“Pela conjuntura da economia, a proposta era razoável, tanto por prever aumento quanto por manter as cláusulas já conquistadas. No entanto, a maioria votou pela greve principalmente por não aceitar ficar cinco meses sem aumento”, explica Peixe. “Não será fácil, mas a partir do momento em que se opta pela paralisação é preciso se mobilizar.” Hoje pela manhã o sindicato realizará piquetes nas portas das unidades para ampliar a adesão. Conforme a legislação que permite a greve, volume mínimo de 20% do efetivo deve prestar atendimento à população.

A greve deflagrada ontem abrange os sindicatos integrantes da Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios), situados em São Paulo, Bauru, Rio de Janeiro, Maranhão e Tocantins. No restante do País, os funcionários dos Correios estão com os braços cruzados desde o dia 19 e, ontem, os Correios obtiveram liminar do TST (Tribunal Superior do Trabalho) determinando mínimo de 80% dos empregados na ativa, sob pena de multa de R$ 100 por dia, em caso de descumprimento.

Neste ano, a categoria já paralisou as atividades durante 13 dias entre abril e maio, quando cerca de 600 funcionários paralisaram as atividades nas sete cidades. O ato aconteceu após a empresa anunciar o fechamento de cerca de 250 agências no País, a abertura de PDI (Programa de Desligamento Incentivado), a suspensão das férias de maio de 2017 a abril de 2018, o desmonte fiscal, a ameaça de privatização e a DDA (Distribuição Domiciliar Alternada).

O acordo firmado ao fim da greve reabriu o PDI e revogou a suspensão das férias por 60 dias, ou seja, para aqueles que tinham as férias agendadas para maio e junho deste ano. Deste então, ninguém mais saiu de férias.
 




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