O projeto de revitalização do Parque do Pedroso ainda está longe de se tornar realidade. Com conclusão prevista inicialmente para julho, a reforma que já dura quatro meses deixa o local com aspecto de canteiro de obras, distante da imagem desejada por quem busca lazer na área de 842 hectares de Mata Atlântica. A nova promessa é de que tudo esteja concluído somente em fevereiro.

Em abril, a coordenação do parque informou que várias intervenções estariam concluídas em cerca de três meses. Construção de ciclovia, estacionamento, quadras de futebol society e passarela sobre o lago, entre a Estrada do Pedroso e a área de churrasqueiras, faziam parte das obras previstas. Nada disso se encontra disponível à população no momento.

A ciclovia que deveria acompanhar o entorno do lago ainda não saiu do papel. Apenas guias de sarjeta foram colocadas em parte do caminho. Porém, não há traçado algum que lembre um espaço destinado a quem utiliza bicicleta.

As quadras de futebol society não resistiram às chuvas dos últimos dias e têm verdadeiros lagos formados no meio-de-campo. Nas proximidades, postes sem lâmpadas transmitem a impressão de abandono. A rampa de acesso ao local tem um buraco que pode provocar acidentes com crianças e até mesmo adultos.

Não há nada sobre o lago que lembre a proposta de construção de uma passarela, entre a pista e a área de churrasqueiras. Os próprios quiosques não passam, por enquanto, de um amontoado de mesas de concreto à espera da instalação definitiva.

Poda realizada há cerca de um mês ainda deixa rastros na área verde. Galhos e troncos cortados não foram recolhidos e se aglomeram à beira do caminho. As margens do lago têm garrafas plásticas e entulho jogado pela população.

O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) alega que ainda não concluiu os trabalhos porque houve atraso na contratação da empresa responsável. As obras começaram apenas em junho, dois meses após o previsto e devem terminar somente no início do ano, quase oito meses após a previsão inicial. "Estamos preocupados em fazer uma revitalização de fato, tanto que não houve qualquer pressão para que fosse entregue antes do período eleitoral ou do término da gestão do prefeito João Avamileno (PT), por exemplo", explica Roberto Vasques, diretor de gestão ambiental do órgão.

Vasques confirma que todos os equipamentos de lazer prometidos anteriormente estarão disponíveis até fevereiro. "Faremos ainda um trabalho de conscientização ambiental com as pessoas, para que elas de fato se apropriem do espaço e façam, elas mesmas, a fiscalização", diz.