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Eike volta ao ouro com projeto de nova empresa chamada AUX
13/10/2009 | 07:00
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Ao estilo Eike Batista, o adágio "do pó vieste, ao pó voltarás" tomaria certamente outra forma. Talvez "do ouro vieste...". Foi intermediando a venda de ouro e diamantes de garimpeiros da selva amazônica que ele deu início, na década de 1980, ao que hoje é o Grupo EBX. Ao ouro ele está voltando agora, com o projeto da sexta empresa do grupo, já batizada de AUX. Mas é no petróleo que ele faz a aposta mais alta: além de explorar e produzir, também quer fabricar equipamentos. "As empresas brasileiras não têm a cultura do risco. É triste. (...) Eu me arrisco", diz.

AGÊNCIA ESTADO - E o ouro?

EIKE BATISTA - Estamos voltando à origem. Será uma empresa de US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões (a nova subsidiária será batizada de AUX). Já temos minas na Colômbia e alguma coisa no Brasil. Mas o Brasil não é rico em ouro. Temos o ouro negro, que é melhor.

AE - Mas nessa do "ouro negro", o grupo entra somente por meio de licitação?

EB - Não. Nosso primeiro furo foi em uma área que pertencia à Shell, que fez um furo seco e vendeu para a Maersk. A Maersk fez um furo seco, a gente pegou 65% do bloco e achou petróleo! Em Santos, em águas rasas, fora da picanha azul (a faixa do pré-sal).

AE - Vocês pensam comprar mais participação em blocos de outras empresas?

EB - Aí eu volto a dizer o seguinte: para mim, gestão é fundamental. Então, nossa gestão é nossa gestão. A gente entra sendo majoritário.

AE - E majoritário sem ser operador?

EB - Não gostamos. Neste caso (do bloco com a Maersk, em Santos), como o bloco era muito interessante, a gente aceitou não ser operador, apesar de deter 65%. Mas a cultura do grupo é ser controlador e operar.

AE - Em petróleo, a OGX só vai entrar em consórcios como majoritária?

EB - Não gosto muito de parceria com gigantes que, no fundo, acham... O cara faz chamada de capital e diz: vou investir do jeito que eu quero, com minha eficiência. Toda vez que fiz isso, me dei mal.

AE - O seu grupo está negociando com a Petrobras também?

EB - Não, porque vamos acabar nos cruzando na área de equipamentos. Nós estamos nos mobilizando para criar uma megaindústria naval no Brasil.

AE - Vão entrar no pré-sal?

EB - Se tivermos oportunidade, sim.




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