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‘Tiroteio pesado’ nos bastidores do Corinthians
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28/04/2007 | 07:03
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Nos bastidores do Parque São Jorge, o tiroteio é pesado. E todas as balas parecem mirar o presidente Alberto Dualib. Má administração, omissão em relação às coisas do clube e gastos excessivos são as principais acusações que pesam sobre o dirigente.

O presidente do Conselho de Orientação Fiscal do Corinthians, Antônio Roque Citadini, que já foi diretor de futebol na gestão Dualib, reconhece que o caos impera no Parque São Jorge. E aponta um único culpado: a atual diretoria. “A culpa não é da MSI, a parceira do clube, mas sim do presidente que assinou o contrato com ela e levou o Corinthians para essa situação”, disparou Citadini.

O contrato de dez anos de parceria entre Corinthians e MSI está congelado. Desde maio do ano passado, quando Kia Joorabchian voltou para Londres e entregou o clube à sua própria sorte, o acordo esfriou. A dobradinha ainda existe, mas somente no papel, o que significa dizer que o clube caminha com suas próprias pernas. A MSI não colocou mais dinheiro no Parque São Jorge, e, em contrapartida, liberou a Dualib todas as receitas negociadas, como bilheteria, cotas de TV e dos patrocinadores. A arrecadação anual do time é estimada em R$ 45 milhões (R$ 15 milhões da Samsung; R$ 22 milhões da TV; R$ 5 milhões da Nike e R$ 3 milhões de bilheterias).

Entre Corinthians e MSI, o cenário atual é o mesmo de três meses atrás. Os investidores não aceitam mais negociar com o presidente Alberto Dualib. A oposição costura o impeachment do cartola. E as cenas de baderna e confusão no Pacaembu após a derrota do time para o Náutico só contribuem para alimentar a bagunça.

A oposição entende que o melhor caminho para conseguir derrubar Dualib – reeleito legalmente pelos votos dos conselheiros – é por meio das contas do clube. Várias acusações começam a bater na porta do dirigente, todas relacionadas a gastos indevidos: R$ 150 mil da conta telefônica de Renato Duprat nos últimos meses; pagamento de R$ 750 mil à Carla Dualib, neta do presidente, por serviços prestados na área de marketing; salários incompatíveis com o futebol apresentado por alguns jogadores, como Jean Carlos (R$ 82 mil) e Gustavo (R$ 78 mil); dívida com o ex-técnico Emerson Leão de R$ 4,5 milhões; rescisão por motivo de casamento do controller Marco Roberto Fernandez no valor de R$ 250 mil; e comissão ao empresário Orlando da Hora por ter indicado Paulo César Carpegiani – o mesmo Da Hora que vive às turras com o clube por causa de seu principal atleta, o atacante Nilmar.

A oposição também não reconhece a autonomia do negociador Renato Duprat, braço direito de Dualib nos últimos meses. É ele quem tenta trazer Boris Berezovski, o endinheirado investidor russo, para o Parque São Jorge. Duprat também negocia atletas. A MSI já deixou claro que Duprat não representa os investidores. E, enquanto a situação namora Berezovski, a oposição espera a degola de Dualib e o retorno de Kia. “É isso mesmo! Uns sonham com o Boris, outros com o Kia”, ironiza Citadini.




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