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Annan pede que Israel levante bloqueio e Hezbollah liberte soldados
Da AFP
28/08/2006 | 18:17
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O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, chegou nesta segunda-feira a Beirute, onde pediu a Israel que levante o bloqueio naval e aéreo ao Líbano, e ao movimento xiita Hezbollah que liberte os dois soldados israelenses que estão sob seu poder.

A capital libanesa é a primeira etapa de um giro pela região, com o qual Annan deseja preparar o envio das tropas internacionais ao sul do Líbano, para garantir o fim das hostilidades entre Israel e o Hezbollah.

"Estamos trabalhando no levantamento do bloqueio. Discutirei esse assunto com autoridades israelenses amanhã", indicou o secretário-geral em Beirute, ao citar a disposição das Nações Unidas a participar de uma eventual troca de prisioneiros entre Israel e o Hezbollah.

Annan também pediu ao movimento xiita que entregue os dois soldados israelenses capturados em julho a autoridades libanesas ou ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Além de visitar a periferia sul de Beirute, área do Hezbollah muito afetada pelos bombardeios israelenses, o secretário-geral se reuniu com o premier libanês, Fuad Siniora, e o presidente do Parlamento, Nabih Berri, muito ligado ao movimento xiita.

"Estamos entrando na fase de reconstrução. Temos a oportunidade de obter um cessar-fogo a longo prazo", indicou Annan após conversar com Berri, segundo quem as discussões se concentraram no bloqueio israelense ao Líbano, que, para ele, viola a resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que prevê o fim das hostilidades.

O secretário-geral pediu que sejam aplicados todos os pontos da resolução, incluindo o envio da Força Interina da ONU no Líbano (Finul) e as garantias de segurança na fronteira com a Síria.

O governo da Itália, de Romano Prodi, aprovou por unanimidade, nesta segunda-feira, um decreto que autoriza o envio, a partir de amanhã, de tropas ao território libanês, para reforçar a Finul, anunciou o subsecretário da presidência do Conselho de Ministros, Enrico Letta. O decreto prevê que o contingente militar contará com 2.500 soldados, segundo funcionários do governo citados pela agência italiana de notícias Ansa.

Amanhã, cinco embarcações militares - o porta-aviões Garibaldi, três navios de desembarque de tropas e um de patrulha - deixarão o porto de Taranto (sul) em direção ao litoral libanês. Elas devem chegar sexta-feira a Naqoura, onde fica o quartel-general da Finul, com cerca de mil soldados que formarão a primeira força de intervenção italiana.

Os países europeus comprometeram-se a enviar 7 mil homens ao Líbano, quase a metade dos 15 mil previstos para integrar a Finul reforçada. Sobre o mandato da nova força, Annan explicou, em Beirute, que sua tarefa não será desarmar o Hezbollah, e sim controlar o cessar-fogo. Mas reiterou a necessidade de que "todas as milícias se desarmem e desapareçam".

Annan visitará nos próximos dias Israel, Egito e Síria. Também irá a Qatar, Turquia, Arábia Saudita e Irã, aonde deverá chegar no próximo dia 2 de setembro.

Em Israel, o primeiro-ministro Ehud Olmert reconheceu hoje, pela primeira vez, a existência de erros na guerra no Líbano, e anunciou a criação de uma comissão de investigação pública para esclarecer o que aconteceu. "Não estávamos preparados como deveríamos. Nem sempre obtivemos os resultados esperados. Houve falhas, ou seja, erros. Mesmo o balanço geral tendo sido positivo, não devemos encobrir esses fatos", disse Olmert, durante uma reunião de prefeitos em Haifa, no norte de Israel.




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