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Metalúrgica Jardim inaugura filial na Bahia
Por Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
28/03/2002 | 00:01
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Na contramão das empresas nacionais fabricantes de autopeças que são absorvidas ou extintas diante do contato com as multinacionais do setor, a Metalúrgica Jardim inaugurou nesta quarta uma fábrica de componentes estampados em Camaçari, na Bahia. Instalada a 7 km do novo complexo industrial da Ford, a unidade vai atender a montadora e duas sistemistas, a Kautex e a Krupp.

Embora invista na desconcentração de suas atividades, a Jardim mantém no Grande ABC suas principais operações. A empresa nasceu em 1974, quando o engenheiro Valdir Rigout Jr. comprou uma pequena metalúrgica instalada no bairro Jardim, em Santo André.

A unidade da Jardim, em Mauá, emprega 300 funcionários, atende a Ford, a GM e a Volkswagen e fatura R$ 60 milhões por ano. Em Ribeirão Pires, a Jardim controla a VMG, que tem 80 funcionários e faturamento anual de R$ 6 milhões. No ano passado, inaugurou a Sortex, que produz peças de metal para a Xerox. A fábrica tem 70 empregados e fatura R$ 5 milhões por ano. A empresa também atende a GM de São José dos Campos em sua fábrica de Caçapava.

O presidente da Jardim, Laércio Reverte, afirmou que a nova unidade da empresa na Bahia vai empregar até 200 funcionários e faturar R$ 20 milhões por ano quando atingir o limite de produção, a partir de 2003. A Jardim investiu R$ 4 milhões, de R$ 17 milhões planejados para a fábrica baiana. A Ford Camaçari vai consumir este volume de peças para montar até 250 mil veículos da família de compactos médios Amazon. Na primeira fase, que começa em 15 de maio e termina em janeiro, a montadora espera produzir 100 mil unidades. Os investidores comungam os riscos dos projetos, como a possibilidade de o carro vender menos do que o esperado.

Reverte disse que a Jardim coloca dinheiro do próprio bolso para integrar o projeto Ford. “O risco para nós é muito calculado e muito pequeno.” As vantagens são evidentes. Além da garantia de venda dos produtos na proporção da produção da Ford, a Jardim recebeu uma área de 40 mil m² do governo baiano, que cuidou também da infra-estrutura do imóvel e adiou por cinco anos a cobrança dos impostos estaduais. O prazo para pagamento dos impostos pode ser alongado por mais cinco anos ou até 2012. Reverte disse que não há vantagem expressiva na folha de pagamento. O piso salarial dos operários da produção em Camaçari é de R$ 340 ante R$ 400 em Mauá.




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