A taxa média de juros do empréstimo pessoal para o mês de outubro foi fixada em 6,04%, contra 5,76% - um aumento de 0,28% - se comparado ao mês anterior. Essa é a maior taxa média desde junho de 2003, quando o índice alcançou 6,22% ao mês. Os dados são do estudo realizado pela Fundação Procon-SP, que pesquisou dez bancos no começo deste mês.

A taxa do cheque especial, teve queda após seis meses de variações positivas. O índice médio dos bancos pesquisados foi de 8,96% ao mês, contra 9,02% do mês anterior.

Segundo Diógenes Donizete, assistente de direção do Procon-SP, esses dados são reflexos da crise econômica mundial. Para o assistente, a explicação do aumento dos juros dos empréstimos ocorreu devido ao maior risco da operação. "No caso do cheque especial, por exemplo, normalmente há vínculo à conta corrente, por isso o risco do calote é bem menor. Os empréstimos são avulsos e por isso, mais arriscados", comenta.

Isso mostra que os bancos estão mudando suas políticas e apostam mais nos créditos de menor risco. Para Francisco Funcia, diretor da área de economia e contábil da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), as taxas mostram que as pessoas precisam ficar mais cautelosas, e comprar somente o necessário. "Daqui para frente iremos ter juros mais acentuados até voltarmos a estabilidade", explica.

COPOM - Na reunião de setembro do Copom (Comitê de Política Monetária) o BC (Banco Central) decidiu elevar os juros básicos da economia em 0,75 ponto percentual e fixou a Selic em 13,75% anuais.

Para o Procon-SP, o que pesou para esta decisão foi o interesse do BC em promover tempestivamente a convergência da inflação para a trajetória de metas.