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Terror na vila
Por Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
23/04/2008 | 07:00
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Mais do que o enredo, o início das filmagens do longa de terror Legion, ambientado em Paranapiacaba, era o maior mistério graças a adiamentos por falta de patrocínio. Mas, angariados modestos R$ 80 mil (produção) e a confirmação da atriz gaúcha Daniela Escobar no papel central, o produtor Isaac Huna não teve dúvidas: marcou a rodagem (captação digital) para início de agosto sem nem contar com verba de pós-produção, de no mínimo R$ 300 mil.

 No País, um filme simples costuma ter custo total entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões. “Ninguém investe em projeto no papel. Já filmado, fica mais fácil conseguir o restante do patrocínio”, diz Huna, que contou com parceiros para garantir a primeira etapa.

Na segunda-feira, feriado de Tiradentes, Huna organizou com o diretor Pedro Miléo (estreando no formato) e parte da equipe uma excursão para apresentar a Vila a Daniela e ao co-protagonista, o também gaúcho Felipe Kannenberg. Na semana que vem, ela volta para os Estados Unidos, onde cursa cinema na UCLA (University of California, Los Angeles).

O calendário é apertado: 30 dias. “Cerca de 70% da história é aqui. O restante é em São Paulo, onde o mistério começa a se manifestar”, diz Huna, desenhista argentino radicado na Capital há 21 anos e autor da história de 1995 que resultou no roteiro. Seu projeto mais famoso no meio publicitário é a Turma da Xuxinha.

Felipe Kannenberg sabia do projeto há cerca de três anos. “A Ina Sinisgalli, minha antiga agente, é amiga do Isaac e me mostrou”, conta. O gaúcho, conhecido do teatro e do cinema, (este é seu 15º longa) foi incumbido de enviar o roteiro à Daniela, sua amiga desde que contracenaram em Aquarela do Brasil (2000).

“O Felipe é um grande amigo. Adorei, achei ousado pela linguagem: um filme de horror brasileiro, quase independente. Tenho dado preferência a projetos curtos, para não me ausentar no curso”, conta ela, que aproveitou o retorno para gravar ponta em Dicas de um Sedutor, da Globo. No filme, fará a jornalista Nicole, atormentada por visões. Kannenberg é Carlos, detetive que se junta a ela para investigar pistas em Paranapiacaba.

O passeio foi sem mordomias. Embarcaram no trem para Rio Grande da Serra na Luz. “Pena que não era um como esse”, apontou Daniela para a maria-fumaça. A partir de Rio Grande, seguiram de ônibus. Caminharam pela parte baixa da Vila inglesa, almoçaram no Bar da Zilda, ouviram lendas no Clube União Lyra Serrano e visitaram o Museu Funicular.

“Já é um cenário pronto. É só iluminar e colocar a câmera no ponto certo. As cores, as casas, o relógio. Tudo conspira”, disse Daniela, que fez questão de clicar cada detalhe com sua câmera. “Temos tempo no cinema, diferente de TV. Estar aqui faz parte da preparação”, conta ela, em seu quinto filme. Toda a equipe receberá cachê simbólico e terá participação na bilheteria. Outros nomes confirmados no elenco são Gisele Fraga e a pequena Rayssa Moura (Sexo com Amor?). O lançamento está previsto para o segundo semestre de 2009.



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