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Pelo menos 12 pessoas morrem em dois atentatos em Bagdá
Da AFP
10/10/2004 | 14:17
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A violência, principal problema no Iraque, continuou sem dar trégua neste domingo, com uma explosão perto do Ministério do Petróleo em Bagdá que deixou pelo menos 10 mortos.

"Recebemos seis corpos e três bolsas com restos humanos que podem ser de três ou quatro pessoas", informou à AFP Imad Abdel Latif, médico do hospital para onde as vítimas foram levadas.

Anteriormente, o porta-voz do ministério, Assem Jihad, havia falado em 17 mortos e citou como fonte os serviços de segurança. Os funcionários divergem sobre a origem do ataque ocorrido às 7h locais (4h de Brasília), quando as pessoas estavam indo trabalhar. Jihad disse que foi um atentado suicida com um carro-bomba, enquanto a Polícia e testemunhas falam de um ataque com foguete.

A explosão, que deixou uma cratera de um metro de profundidade, aconteceu nas proximidades do Ministério do Petróleo, o único protegido por soldados americanos desde que entraram em Bagdá, em abril de 2003.

Segundo a polícia do Iraque, em outra região da capital, um carro-bomba explodiu no bairro de Zayyouna, no centro de Bagdá, quando um comboio militar americano passava no local. O motorista do carro morreu.

De acordo com um comunicado do exército dos Estados Unidos, um soldado americano morreu após ser ferido na explosão, ocorrida às 7h15 locais (1h15 de Brasília).

Os ataques aconteceram pouco antes do secretário de Defesa americano, Donald Rumsfeld, chegar ao campo militar Assad do Iraque, perto da fronteira síria, numa visita que não tinha sido anunciada.

Um site islâmico na Internet publicou neste domingo um comunicado, atribuído ao grupo do islamita jordaniano Abu Mussab al-Zarqawi, no qual reivindicou a autoria dos dois atentados.

O movimento diz que dois membros da "Brigada de candidatos a mártires realizaram as operações para honrar a nação com seu sangue", segundo o comunicado publicado no site (www.ansarnet.ws/vb/) e cuja autenticidade não pôde ser verificada.

Abu Mussab al-Zarqawi é considerado pelos americanos o suspeito número de um de uma longa lista de atentados no Iraque desde a queda do regime do presidente deposto, Saddam Hussein, em abril de 2003.

Rumsfeld — Em meio ao recrudescimento da violência, o secretário de Defesa americano, Donald Rumsfeld, chegou ao Iraque para uma inesperada visita e foi anunciada a libertação de um grupo de dez turcos que estavam reféns há 40 dias.

O 'Grupo Salafista Abu Bakr al-Siddiq' anunciou, em comunicado enviado ao canal árabe Al Jazeera, sua decisão de libertar os dez turcos porque a empresa para a qual trabalhavam cumpriu com as exigências de cessar suas atividades e se retirar do Iraque.

Já no perímetro de segurança da capital, Rumsfeld encontrou-se com o primeiro-ministro iraquiano Iyad Allawi e outros membros do governo para discutir a questão da violência e as eleições, segundo uma fonte oficial.

O encontro com Allawi foi realizado no gabinete do governo, onde funcionam as embaixadas dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha. A visita inesperada ocorre também num momento em que as forças americanas e o governo iraquiano estão imersos numa campanha para recuperar a província que Rumsfeld visita, Al Anbar, foco da resistência sunita, antes das eleições de janeiro.

Rumfseld chegou a Bagdá depois de se reunir com marines na província rebelde e os aconselhou que se mantenham atentos ao recrudescimento da violência conforme se aproximam as eleições no país.

"Prevemos que o nível da violência e as dificuldades devem aumentar antes das eleições iraquianas de janeiro. Portanto, não acredito que haverá uma redução das forças americanas e da coalizão entre agora e fevereiro", acrescentou Rumsfeld.

"Uma vitória dos extremistas significará que o Iraque vai se tornar uma base de treinamento, planejamento (de ataques) e operações para os que atacaram os Estados Unidos de 11 de setembro de 11 de setembro" de 2001, disse ainda Rumsfeld.

"Esta viagem é uma oportunidade para receber informações de (general George) Casey e outros comandantes sobre as medidas que devem ser tomadas antes das eleições", disse Lawrence di Rita, porta-voz de Rumsfeld.

O general Casey, comandante americano da Força Multinacional no Iraque, explicou no sábado aos ministros da Defesa de países que têm tropas no Iraque ou no Afeganistão, que se reuniram com Rumsfeld num porta-aviões americano no Golfo, a estratégia de Washington para pacificar o Iraque antes de janeiro.

Rumsfeld afirmou neste sábado que Washington busca países dispostos a enviar soldados ao Iraque para proteger a missão das Nações Unidas que ajudará na organização destas eleições.

Por sua vez, o mais famoso dos chefes religiosos xiitas no Iraque, o grande aiatolá Ali Sistani, insistiu na realização de eleições na data prevista, afirmou Fuad Massum, presidente do Conselho Nacional iraquiano, que se encontrou com ele em Najaf.




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