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Pinheiro já tem gabinete de Segurança

Prefeito eleito de S.Caetano planeja primeiros resultados com três meses de trabalho no Paço

Gustavo Pinchiaro
Beto Silva
09/11/2012 | 06:28
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O prefeito eleito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), já tem um gabinete de Segurança Pública atuante em seu escritório político e, a cerca de 50 dias de assumir o Paço, planeja ações efetivas para a área que é destacada como prioridade no primeiro ano de gestão.

O peemedebista acredita que, com um choque de gestão, três meses de trabalho serão suficientes para diminuir a sensação de insegurança da população. "Essas tratativas anteriores vão dar uma resposta rápida", disse Pinheiro.

Um sistema de computador irá guiar os mecanismos municipais do setor, funcionando como uma agência de inteligência de combate à criminalidade. O modelo, que já é utilizado pela PM (Polícia Militar), vai analisar o ambiente criminal de cada um dos 15 bairros da cidade e diagnosticar onde e como devem ser feitas as ações. O governo do Estado e canais de consulta popular também vão alimentar o novo modal. O futuro governo quer fazer funcionar o programa em 15 bases compartilhadas entre PM, GCM (Guarda Civil Municipal) e Polícia Civil para otimizar o uso desses dados. Dez já existem, mas só com integrantes da guarda. Cinco terão de ser construídas e a integração implementada.

A responsabilidade do planejamento prévio é do coronel Quesada (PMDB), principal cotado para assumir a Pasta, que recrutou outros dois ex-policiais militares para trabalhar desde já nas ações de Segurança. Eles trabalham em sala exclusiva anexada ao novo escritório de Pinheiro, no bairro Santo Antônio. O grupo tem coletado dados junto à Secretaria Municipal de Segurança.

"Cada bairro terá uma inspetoria. Tenho que conversar com eles o tempo todo para estar dentro do ambiente." O sistema a ser implantado reserva espaço para auto-avaliação. "Se alguém não cumprir o plano de metas, vamos saber e pedir explicações. Só não funciona se não levarmos a sério."

 

INCENTIVO

A PM tem tratamento especial no planejamento. Pinheiro quer retomar o pró-labore, que foi utilizado na gestão do prefeito Luiz Tortorello (morto em 2004), para igualar o salário dos policiais de outras cinco cidades ao de São Caetano. Em São Bernardo, Santo André, Guarulhos, Osasco e a Capital, o salário é maior por conta do número de habitantes. "Isso é um erro institucional que nós vamos corrigir. Não vamos pagar a mais, vamos apenas igualar os vencimentos. Isso vai tornar a cidade atrativa para o policial. Infelizmente alguém inventou isso e eles tiveram que engolir que ganhariam menos. A diferença é de cerca de R$ 200, o que no final do ano faz muita diferença", comentou Quesada.

A atividade delegada também será criada para reforçar o efetivo de policiais no município. "Existe um teto no número de policiais para o batalhão de cada cidade. Obviamente nós não vamos ultrapassar. Vamos recrutar PMs e bombeiros que sejam voluntários em atuar em São Caetano." Com o aumento, a Prefeitura é quem arca com os salários, já que as corporações são administradas pelo governo do Estado.

 

Coronel Quesada promete renovar equipamentos da GCM de imediato

 

Chefe do atual gabinete de Segurança do prefeito eleito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), coronel Quesada (PMDB) planeja alterar questões administrativas da GCM (Guarda Civil Municipal) e "urgentemente" comprar novos equipamentos e uniformes para os guardas.

"A primeira coisa que pediram para nós foi justiça administrativa e reconhecimento do trabalho. Eles entendem que há um trâmite burocrático e que não será possível fazer mudanças em apenas um ano. Mas, de imediato, vamos renovar os equipamentos. A Fazenda vai ter que entender, porque isso é uma urgência", explicou Quesada, que disse estar em contato constante com os integrantes da corporação. Os materiais a serem comprados são uniformes e coletes à prova de balas. Treinamento também serão oferecidos.

O estatuto da GCM e reavaliação da hierarquia entrarão em estudo. "Hoje tem só uma hierarquia funcional de quatro níveis. Vamos adaptar a nova realidade e encaminhar (projeto de lei) ao Legislativo para análise." A intenção é criar os inspetores, selecionados por concurso interno. "Hoje não existem inspetores porque eles (atual governo)não fizeram o concurso. Nós vamos fazer internamente."

A relação trabalhista da Prefeitura com os guardas também deve ser alterada. "Eles não recebem horas extras e também não têm banco de horas. O guarda acaba sempre trabalhando até um pouco mais tarde e não ganha nada para isso. Precisamos rever", avaliou Quesada.

Sobre a possibilidade de transformar o perfil da GCM em militar, o peemedebista descartou e classificou a questão como "bobagem". "Fui perguntado sobre isso: não posso, não farei e a lei não permite. A guarda deve exercer o papel dela, de agente de Segurança. A verificação de documentos de pessoas e veículos é responsabilidade da PM e da Polícia Civil."

 

Futuro governo trabalha com hipótese de buraco orçamentário

 

Paulo Pinheiro (PMDB) trabalha com a hipótese de um buraco no Orçamento de 2013, previsto em R$ 956.685 milhões. "Sei que não vamos ter dinheiro, por isso vou buscar recursos por meio de programas junto ao governos federal e estadual", declarou.

Depois que trocou o PTB pelo PMDB, Pinheiro construiu relação próxima ao vice-presidente Michel Temer (PMDB). "Confio nele para fazer a interlocução de São Caetano junto ao Palácio do Planalto."

Há suspeita de que o Paço tenha atrasos acumulados em até quatro meses no pagamento a fornecedores. A cidade passa por crise de abastecimento de materiais básicos em repartições públicas, que, segundo a administração, é reflexo do incêndio que atingiu galpão de armazenamento na Avenida Presidente Kennedy, em setembro.

"Isso vai atrapalhar bastante o primeiro ano de gestão. Porque, quando você pega aquele setor andando bem, é só manter. Mas, se pega situação ruim, como está a Saúde hoje, vai demorar", analisou Pinheiro. O peemedebista garantiu que fará uma gestão "melhor" que a atual para suprir a falta de papel higiênico, materiais cirúrgicos e suprimentos no setor público.

A equipe de transição do peemedebista está colhendo informações sobre as finanças do governo José Auricchio júnior (PTB), mas, por enquanto, os integrantes e o próprio prefeito eleito fazem mistério sobre a possível dívida. "Depois vamos entrar na questão de gestões específicas de cada setor para saber o que podemos fazer para administrar essa crise."

Diante do cenário, Pinheiro considera que a gestão será apenas mais um desafio em sua carreira política. "Minha responsabilidade é devolver a confiança que a população depositou em mim. Só o que eu quero é encerrar meu governo com aprovação popular. Saber que trabalhei e o povo elogiou."

 

 




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