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Mauaense do futsal desafia a Liga dos Campeões

Gabriel Oliviera, 27 anos, disputará principal competição europeia pelo VfL 05 Hohenstein-Ernstthal, da Alemanha

Derek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
23/11/2020 | 00:01
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Reprodução/Instragram


Começa amanhã a edição 2020/2021 da Liga dos Campeões da Europa de Futsal. Se no futebol esta é a competição que reúne os melhores e mais caros clubes do mundo, na quadra a história ainda é um pouco diferente e o campeonato ainda conta com muitos times de países sem tradição no esporte, como a Alemanha. Entretanto, um mauaense de 27 anos tenta ajudar sua equipe a fazer história no torneio. Há cinco anos jogando no futsal alemão, Gabriel Oliveira buscará ser um dos líderes do VfL 05 Hohenstein-Ernstthal, atual campeão bávaro e consequentemente classificado para o maior torneio do Velho Continente como único representante do país. Mas, por ora, ele já vem colaborando para o crescimento da modalidade.

“O futsal alemão está numa crescente. Ainda é, teoricamente, um novo esporte, tem menos de dez anos. A liga, em si, a cada ano, tem novas adaptações, melhorias. Está crescendo muito rápido, pela estrutura que o país tem. É um esporte para o futuro, tem muito a melhorar, está atrás de países que são potência como Brasil, Espanha e Rússia, mas a cada temporada vai melhorando”, explicou Gabriel Oliveira.

Seu início no futsal foi aos 7 anos, no União Mauá – time da cidade onde nasceu e os pais ainda moram. Após alguns anos, o ala foi jogar no Ribeirão Pires FC. Três temporadas depois, passou a defender o Palmeiras, antes de passagem pelo Interior. Na sequência, regressou para Mauá e teve oportunidade no time adulto do município antes de nova rodagem, passando por Araraquara, Suzano, AABB e São Bernardo, último time no Brasil e aquele no qual obteve o melhor desempenho. “Foi uma vitrine para mim. Joguei a Liga Nacional, me destaquei e então tive um convite de um empresário para vir para a Alemanha”, contou.

Levado por um empresário, inicialmente Gabriel jogaria no futebol alemão. Entretanto, os planos não saíram conforme o planejado. “Não é minha praia, foi período curto e acabei voltando para o futsal. É onde me dou melhor.”

E nestes cinco anos na Alemanha fizeram o ala participar de uma situação inusitada e histórica. Há exatos dois anos, pelo próprio VfL 05 Hohenstein-Ernstthal, Gabriel marcou 17 gols na vitória de seu time por 86 a 0 sobre o então recém-promovido Kine em Halle, pela Primeira Divisão alemã. Foi o equivalente a um gol a cada 27,9 segundos.

Adaptado e identificado, Gabriel, que mora com a mulher, não tem planos de voltar ao Brasil. Pelo contrário: faz planos para ter filhos na Alemanha. “A minha ambição é ficar na Alemanha. Tive propostas de outros países, como Bélgica, mas não me agradaram muito. Estou adaptado aqui, falo a língua, tenho tudo estabilizado, então pretendo permanecer, ter filhos aqui, é país muito bom. Não vou jogar futsal para o resto da vida. Tenho que pensar futuramente e aqui é o melhor (lugar) para se viver”, salientou. “Já pensei (em voltar), mas no Brasil é complicado, porque os times dependem muito de Prefeitura, de patrocínio. Então um ano o time está ótimo, em boas condições financeiras, com estrutura muito boa, e no ano seguinte já muda completamente tudo, é muito instável o esporte no Brasil. Em níveis de qualidade, técnica e organização, o Brasil está entre os melhores, mas a gente tem de pensar futuramente.”, concluiu.




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